Opinião

Os limites do conhecimento humano da ilimitada ciência divina

29/08/2014

Os limites do conhecimento humano da ilimitada ciência divina

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Leondenis Vendramim

Uma velhinha contradisse o grande filósofo Bertrand Russell, em plena conferência sobre a esfericidade da Terra, dizendo que o Mundo era chato e apoiado sobre a costa de uma tartaruga e esta sobre outras. Comentando o fato, o grande físico, astrônomo e matemático da U. Cambridge, em seu livro “Uma Breve História do Tempo” disse que muitos podem pensar ser ridícula tal afirmativa “mas porque pensar que sabemos mais? O que sabemos sobre o universo e como sabemos? De onde surge e para onde vai? Existe um começo do universo, e, se existe o que acontecia antes dele? Qual é a natureza do tempo? Chegará ele a um termo?” (p.15). A teoria do buraco negro foi desenvolvida detalhadamente sem uma comprovação de sua veracidade e correção (p.98), diz o Gênio.

Faz bem lembrar, que teoria não é ciência porque há possibilidade de contradição no momento de repetir o evento para sua comprovação. Karl Popper enfatizou que uma teoria é boa quando é capaz de ser repetida muitas vezes e comprova suas previsões. A teoria geral da relatividade de Albert Einstein (sobre a gravidade e macroestrutura do Universo), representando em escala de quilômetros dimensões como setilhão (tamanho do Universo) e a teoria da mecânica quântica com escalas ínfimas como trilinésimo de centímetro são incompatíveis entre si (diz Hawking) (p.25).

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Einstein formulou a pergunta: “Que nível de escolha Deus teria tido ao construir o Universo? Tratou também da TGU (teoria da grande unificação) para unificar a teoria da relatividade, a teoria da corda heterótica e da física quântica, e, assim, investigar as leis do Universo, explicar todas as coisas, e, até mesmo a natureza de Deus. Essa teoria do todo e de tudo nunca foi comprovada, e se fosse, o homem teria sobrepujado a Deus, o Criador do tudo, pois explicaria o próprio Criador e Suas razões para criar e como criar o Universo e mesmo o homem – a criatura seria maior que o Criador. Como diz Hawking: “Então todos os filósofos, cientistas, e mesmo leigos, seremos capazes de fazer parte das discussões sobre a questão de por que nós e o universo existimos. Se encontrarmos a resposta para isso teremos o triunfo da razão humana; porque, então teremos atingido o conhecimento da mente de Deus” (p.169).

Stephen Hawking é um dos mais ferrenhos defensores da teoria do Big Bang, afirma com astrônomo Friedmann: “deve se concluir que, na realidade, não houve uma grande explosão” (p.60).

Marcelo Gleiser, professor de física em Hanover, articulista da Folha de S. Paulo, escreveu o livro “A Ilha do Conhecimento” e como o próprio título sugere, versa sobre os limites da ciência. No seu artigo “Perguntas irrespondíveis” Folha, 17/8/14- comentou dois livros: do filósofo ateu Thomas Nagel “Mente e Cosmo” e do físico, matemático ‘ultraplatonista’ racionalista, Max Tegmark “Nosso Universo Matemático. Nagel afirma que o materialismo dos físicos e biólogos não é capaz de explicar fenômenos naturais complexos como a origem e a evolução da vida e a natureza consciente do homem. O segundo diz que tudo vem da realidade matemática, tornando a razão Deus, e os homens de raciocínio aguçado podem conhecer a verdade. Tegmark cria, assim, uma religião racional estranha. Tegmark é criticado por outro matemático: (ele) “esqueceu que a matemática pura nada tem a ver com a natureza”. Gleiser, e muitos filósofos, matemáticos, biólogos, físicos, astrônomos partilham com o fato de que jamais saberemos tudo a respeito da natureza de Deus e de Sua criação.

Portanto, a própria ciência se confessa incapaz de desvendar os mistérios de Deus. É preciso ter muito mais fé para crer na evolução, no materialismo e no ateísmo que dizem e se contradizem do que crer na palavra de Deus, escrita desde há 1500 a.C. até 100 d.C. (já vão 3600 anos). “Toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva, Seca-se a erva e cai a sua flor, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre…” 1Pe 24-25

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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