Roubos em residências têm deixado moradores assustados; prefeito e autoridades se reuniram para definir ações imediatas
O aumento no número de roubos essa semana em Capivari tem assustado os moradores. Em quatro dias, três casas e um estabelecimento foram invadidos, sendo que o segundo e o terceiro assalto aconteceram com intervalo de 10 horas. Dos 13 criminosos, apenas um foi detido. De acordo com a delegada Cristina Tomazin Morais, estatísticas apontam que após os indultos (Dia das Mães, Dia dos Pais e final de ano), os índices de criminalidade aumentam e o problema se alastra pelo país.
Segunda-feira, às 7h30
Na manhã de segunda-feira, 20, a família de um empresário foi feita refém em casa na Rua Tiradentes, próxima à Igreja Matriz São João Batista (cruzamento com a Rua Fernando de Barros). Segundo informações da Polícia Militar, cinco homens invadiram a residência pela porta da frente, quando uma das vítimas saía para comprar pães. Em seguida, os bandidos renderam a família, enquanto uma mulher aguardava do lado de fora, em um Polo preto. Um vizinho desconfiou e acionou a polícia.
Ainda de acordo com a PM, que chegou ao local por volta das 7h30 – momento em que o grupo deixava a casa – uma pessoa foi presa e as demais fugiram, sendo que uma delas estava baleada devido à troca de tiros. O helicóptero Águia 9 sobrevoou a área central da cidade em busca dos foragidos, mas não encontrou ninguém.
Os criminosos levaram joias e dinheiro (posteriormente recuperados pela polícia), e agrediram o filho do empresário, mas ele e a família passam bem. As câmeras de segurança do local e de outras proximidades estão sendo verificadas. É possível que o grupo tenha acompanhado a rotina da família por dias antes de executar o crime, segundo a PM.
Às 15h30 do mesmo dia, a Polícia Civil de Capivari divulgou em seu perfil no Facebook a foto de um dos criminosos e acusado de atirar contra os policiais. Mais cedo, por volta das 11h, o dono de um estabelecimento comercial próximo ao local também divulgou na rede social a imagem de uma câmera de segurança que mostra um dos suspeitos, aparentemente mancando. O flagrante foi registrado às 7h53.
A polícia pede ao cidadão que reconhecer ou tiver qualquer informação sobre este rosto, que ligue para a delegacia (3491-1422) ou para a Polícia Militar, no 190.
Terça-feira, às 7h30
Dois criminosos invadiram uma casa na Rua Giácomo Armelin, no Bairro Rossi, na manhã de terça-feira, 21, por volta das 7h30, e roubaram o carro da família, um Volvo 2011. Segundo informações da Polícia Militar, a dupla, armada com facas, rendeu as duas vítimas que estavam na casa e levaram o veículo, bijuterias, uma televisão e itens domésticos.
O veículo foi localizado pela Guarda Municipal, às 11h, num canavial próximo à Rodovia do Açúcar (SP 308) e encaminhado à delegacia. Ninguém foi preso.
Terça-feira, às 17h
Um homem armado com um facão roubou vários relógios de uma joalheria na Rua XV de Novembro, na tarde de terça-feira, 21, por volta das 17h. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito rendeu a funcionária no balcão e fugiu a pé sentido o Bairro Vila Fátima.
A proprietária da joalheria não sabe dizer quantos relógios foram levados, assim como o valor do prejuízo. O caso foi registrado no plantão policial e as imagens da câmera de segurança do estabelecimento serão entregues à polícia. Ninguém foi preso.
Quinta-feira, às 11h45
Na tarde de quinta-feira, 23, pouco antes do meio-dia, quatro criminosos invadiram uma casa na Rua Padre José Bonifácio Carreta, no Bairro Nova Capi, quando a vítima, um homem de 62 anos, pagava o eletricista na calçada pelos serviços prestados. Segundo o proprietário, ele, a esposa, o neto, de dois anos, e o eletricista foram feitos reféns na sala durante 30 minutos. Os assaltantes levaram joias, celulares, cartões de crédito, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, comeram as pizzas que estavam na geladeira e roubaram o veículo da família, um Honda Fit.
Os ladrões também levaram R$ 120, dinheiro que o eletricista havia acabado de receber. De acordo com testemunhas locais, os suspeitos estavam passando pelas casas e dizendo serem representantes da Net Serviços de Comunicação, empresa que oferece planos de televisão por assinatura, internet banda larga e telefonia, mas ninguém os atendeu.
Enquanto eram feitos reféns, o proprietário, que estava com o celular, diz ter ligado várias vezes para a polícia, no 190, sem sucesso. A vítima então entrou em contato com uma rádio comunitária local e pediu ajuda, mas quando a polícia chegou os bandidos já haviam fugido. Ninguém foi preso.
Por que tantos assaltos?
Segundo o secretário da Defesa Social Gamaliel Lourenço de Souza, três aspectos precisam ser observados. “Muitos presos recebem o benefício de saída temporária do Natal e do Ano Novo e não voltam aos presídios, aumentando o número de criminosos nas ruas. Muitos saem das ‘grandes’ cidades e vêm para o interior. Os marginais, como o próprio nome indica, margeiam a sociedade e se aproveitam da cultura interiorana, de cidade pacata, para roubar e furtar”, explica.
Souza também adverte para o período do ano, em que a taxa de desemprego cresce, levando pessoas a cometerem crimes. “Há, ainda, o fator das férias escolares, que impulsionam alguns jovens a se envolver com atividades ilegais”, completa. Em reunião de urgência na quarta-feira, 22, prefeito e autoridades de segurança da cidade discutiram ações incisivas contra a criminalidade.
De acordo com o prefeito Rodrigo Proença, a Polícia Militar e a Guarda Municipal irão efetuar o patrulhamento preventivo e ostensivo de imediato, nas áreas centrais à noite, além do trabalho de visibilidade nas entradas e saídas da cidade. A PM solicitou reforço na força tática e canil para operações. Igualmente, as 27 câmeras de monitoramento voltarão a funcionar ainda esta semana.
Entretanto, Capivari possui apenas 26 policiais militares e uma delegada civil. Segundo Proença, o aumento da equipe já foi solicitado ao secretário de Segurança do Estado Fernando Grella. Durante a reunião, surgiram ainda ideias de ações de prevenção, como o programa “Vizinhança Solidária”, que pretende ser desenvolvido pela PM. “A população de Capivari tem uma cultura tranquila. Vemos pessoas nas ruas, com casas e carros abertos, e é preciso desenvolver nelas a cautela, a atenção. Por isso a importância da orientação ao público, do trabalho preventivo. O cidadão deve colaborar”, explica a capitã da Polícia Militar Daniele Almeida Tomazela.