Poesias

Obstinação

Entalhando, pacientemente, dia a dia,
com meu canivete bem afiado
no caule de uma palmeira imperial,
com suas frondes apontando o céu
estática, bem no fundo do meu quintal.
– Mas assim, você não vai acabar nunca!
– Não quero acabar, só quero iniciar!
– Iniciar o quê?
– As primeiras letras.
– Que letras?
– De um poema…
– Pare! Olhe aqui pra mim, tio:
– Que poema? para quem?
– As primeiras palavras de amor,
de uma história sem fim!…

Longe…
– De onde tu vens?
– De muito longe…
– Longe, onde?
– Longe é um lugar muito perto!
– Perto como, se é longe?
– Longe é o recôndito do meu, do seu coração,
onde se guardam nossas mágoas,
nossos amores, paixões e clamores,
os melhores momentos, as mais doces e meigas recordações,
nossos pretéritos, tristezas, sorrisos, atmosferas de sonhos
saudades tóxicas, sentimentos anímicos,
lágrimas revividas e plangentes
que perpassaram os átrios do meu, do seu coração…

 

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Por Dario Bicudo Piai, engenheiro e perito judicial

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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