Esta tradição de velar as imagens remonta ao século 9. No Quinto Domingo da Quaresma ocorre a “velatio”, ou seja, cobrem-se com véus roxos os Crucifixos e as imagens e quadros nas igrejas. A rubrica no Missal Romano, nº 26, nos ensina que:
“o uso (costume) de cobrir as cruzes e as imagens na igreja, desde o 5º Domingo da Quaresma, pode ser conservado segundo a disposição da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao término da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa; as imagens até ao início da Vigília Pascal”.
O motivo principal é para que os fiéis não “se distraiam” com os Santos e que a sua devoção deve estar fundamentada no Mistério Pascal de Cristo, ou seja, na Sua paixão, morte e ressurreição. A cor roxa simboliza a dor e penitência. Assim, cobrindo-se todas as imagens dos Santos e os crucifixos, surge com maior evidência o que há de essencial nas igrejas: O altar, onde se opera e atualiza o Mistério Pascal de Cristo, por seu Sacrifício incruento. As cruzes permanecem cobertas até ao término da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa; as imagens até ao início da Vigília Pascal.
Com os sinais externos da penitência, do recolhimento, da purificação da visão e do coração, de tudo o que é secundário ou mesmo supérfluo, poderemos concentrar o nosso sentir, pensar e agir no Cristo Crucificado. Com os olhos fixos no Senhor, percorrendo com Ele a Via Dolorosa, chegaremos às núpcias do Cordeiro Redivivo, à Páscoa da Ressurreição.