Como visto, Deus deu o trabalho para benefício do homem, para a sua saúde, manutenção e prazer.
A escravidão surgiu com a ganância humana. Há relatos de povos escravizados no Egito desde o ano 2700 a.C.
Os israelitas foram seus escravos desde 1800 a.C. até 1400 a.C. No reinado de Faraó Tutmés 3º (1479-1425) Deus os libertou através de Moisés.
Há algum tempo a Folha trouxe um artigo do magistral escritor, doutor e professor de filosofia Luís Filipe Pondé, onde afirmava que a Bíblia aprova a escravidão. No entanto, é bom analisar as recomendações bíblicas sobre o tema.
Os homens de Deus, como Abraão, tiveram muitos escravos. Em Gên. 15:1-3 e 24:8, há relatos sobre o relacionamento entre o “senhor” e o “servo”.
O servo Eliézer era nascido em sua casa e ia receber a herança do senhor Abraão. No capítulo 24 há o relato da confiança que o servo gozava do seu senhor.
Este foi enviado a Harã, uma terra distante (24:10), com 10 camelos e alguns outros servos, incumbidos de propôr a uma jovem da mesma linhagem familiar, casamento com Isaque, filho de Abraão.
Eliezer levava jóias muito preciosas para presentear a moça e a sua família. Eliezer apresentou-se como servo de Abraão e deu os presentes a quem de direito. (24:22-23, 53) Fosse o escravo maltratado, não teria respeito para com seu senhor.
Em viagem tão longínqua, fugiria com o ouro, nem seria tão responsável e nem se apressaria no cumprimento da missão.
(24:53-56) Isso demonstra que havia cordialidade no relacionamento entre o senhor e o servo. Demonstra o texto que o servo adotara a mesma religiosidade do seu senhor. (24:11-15)
Os discípulos de Jesus sempre exortaram os cristãos a respeitar as autoridades. Foram perseguidos, torturados, mortos nesses primeiros séculos.
As autoridades, governantes de Roma, líderes judeus agiam com muita sanha. Paulo e Tiago foram decapitados, Pedro crucificado, João exilado na ilha de Patmos, um deserto rochoso, outros queimados ou assados.
A História sobre o séc. 1, diz que 60% da população romana era escrava no século 1 d.C. Jesus ensinou respeito e obediência ao governo (Dai a César o que é de César… – Mat. 22:17-21) Paulo ((Toda a pessoa esteja sujeita às autoridades – Ro. 13:1-4); Pedro (sujeitai-vos a toda autoridade… aos reis (1Pe 2: 13-14,17); Judas (falsos mestres, rejeitam toda a autoridade e blasfemam das dignidades (Jud. 8); os demais seguiram o Mestre, não criticavam aos reis, ainda que desumanos. Jesus, aclamado pelo povo, recusou-Se ser rei (João 6:14-15).
Ele declarou a Pilatos ser rei, mas não deste mundo (João 18:33-37). Jesus veio para testemunhar da verdade, ensinar a prática do amor, e a seus seguidores a levantar os abatidos, ajudar os pobres, curar os enfermos, libertar os presos dos pecados, perdoar aos seus ofensores, orar pelos inimigos, enfim amar o próximo ou guardar a lei de Deus… (Isa. 63:1-3; Mat. 5: 44-48). Jesus nunca se envolveu na política para governar com justiça e abolir a escravidão. Mesmo contrário à escravidão, o cristianismo nunca se envolveu politicamente nela, mas ensina o amor a todos e humaniza o trato para com os escravos.
Sempre existiu a escravatura e ainda hoje há mais de 3 milhões de escravos ao redor do mundo.
Moisés escreveu (1490 a.C. +ou -) não explorarás o assalariado, seja ele israelita ou estrangeiro. (Dt. 24:14) Entre os povos da antiguidade, conhecidos dos israelitas, a escravatura era corrente.
Deus tirou os judeus da escravidão egípcia, deu terra a cada família proporcional às suas necessidades (Núm. 26:53-55), para evitar que houvesse pobres entre eles, deu-lhes terra fértil “que mana leite e mel.” (Dt. 26:9) Em cada colheita deveriam deixar as caídas no solo, e, não deviam rebuscar os frutos não colhidos na primeira vez, deviam deixar aos pobres e estrangeiros.
(Lev. 19:10) Os judeus, eram agricultores, não faziam colheita no ano sabático por determinação divina, a fim de deixar para os necessitados e estrangeiros colherem (Lev. 23:10-13).
O Senhor é previdente, sua lei determina que todos:
“Tu, teu filho, filha, servo, serva, animal, e o estrangeiro descansem no sábado.”
(Êxo. 20:8-11), Ele sabe da necessidade de o homem descansar semanalmente. Também sabia que aquele povo, saindo da escravatura precisava ser orientado sobre o seu relacionamento com a escravidão, até então, mundial, e por ela influenciado.
Seu intermediário, Moisés orientou:
“O escravo servirá por seis anos pelas dívidas, recebendo metade do salário devido na época.
No sétimo ano sairá alforriado, livre; com algum gado ou algum recurso para reiniciar sua vida.
Os servos deviam ser bem tratados porque alguns não queriam deixar de servir ao seu senhor”.
(Dt. 15:12-18) Paulo escreveu uma carta a Filemom, na casa de quem se hospedara, e, dedutivamente, Paulo o evangelizou.
O motivo da missiva foi o escravo fugitivo do já amigo de Paulo, chamado Onésimo, que também se tornou cristão e auxiliar do Evangelista.
Paulo o enviou de volta a Filemom, portando a carta solicitando o perdão a Onésimo. O Apóstolo ainda assumiu, se houvesse dívida do escravo Onésimo, na sua breve volta a saldaria. (Carta de Paulo a Filemom)
A proposta do cristianismo é tornar, escravos e senhores, seguidores de Jesus, livres, amando-se mutuamente, assim como Cristo nos amou, sendo nós, ainda, escravos do pecado e de Satanás.