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O sucesso sufocante do Palmeiras

Marcel Capretz, colunista esportivo

O problema de muita gente é alcançar o sucesso. Qualquer tipo de sucesso. Por mais paradoxal que possa ser relacionar exito com problema. Explico: na vida pessoal, por exemplo: quando conseguimos um bom emprego, o casamento dos sonhos ou até mesmo algum bem material podemos enfrentar dois tipos de situações: a falta de fome para alcançar mais ou o oposto, que é uma cobrança excessiva por continuar sendo bem sucedido e não aceitar fracassos momentâneos como situações de aprendizado, lições e trampolim para novas vitórias.

Transportando isso para o nosso mundo do futebol quero fazer um link entre esse conceito e a serie de três jogos sem vitória do Palmeiras. Há um fracasso aqui? Evidente que não. Estou falando de três partidas, mesmo sabendo que em uma delas a equipe foi eliminada da Copa do Brasil. Porém nesse meio tempo já houve protesto de alguns torcedores, desconfiança da massa que azucrina a tudo e a todos nas tais das redes sociais e até um sinal amarelo perambulando entre alamedas e conselheiros do clube.

O Palmeiras virou refém do seu próprio case de sucesso administrativo-financeiro. E estendo em partes isso para o Flamengo, onde a pressão é até maior já que não há uma conquista impactante há um bom tempo. E veja que absurdo: o Palmeiras é o atual campeão brasileiro e mesmo assim houve quem questionasse o time pela eliminação no Paulistão diante do São Paulo na semifinal e agora na Copa do Brasil diante do Inter. Ambas nos pênaltis, diga-se de passagem.

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Não quero educar o torcedor brasileiro. Longe disso. A paixão é individual e cada um sente as vitórias e derrotas da maneira que achar melhor. No entanto é obrigação de nós da imprensa pontuarmos que o futebol é um jogo imprevisível, caótico e aleatório. Nem sempre é o melhor que vai vencer. E o próprio conceito de quem é melhor é muito relativo. Melhor em que ambiente? Em qual circunstância? Em qual cenário? O Brasileirão, por exemplo, tem vinte clubes. Só um será campeão. Os outros dezenove não prestam? Um bom trabalho administrativo, no marketing, no jurídico, no financeiro de qualquer clube é um grande passo pro sucesso. Mas não é garantia de nada. Nenhuma equipe vai ganhar tudo e de todos sempre. Por mais dinheiro que tenha.

Por sorte – e competência – o Palmeiras tem um treinador cascudo como Felipão. Ele já viveu de tudo no futebol. De um título de Copa do Mundo ao fracasso mais retumbante do país que foi o 7 a 1 para a Alemanha. Scolari saberá como agir internamente, lidando com os atletas e com o próprio staff do clube, e externamente em sua comunicação com torcida e imprensa. Fosse algum treinador mais inexperiente e já haveria risco de demissão e o ambiente estaria extremamente conturbado. Mas com Felipão no banco a  “volta por cima(!)” é questão de tempo.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

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