17/11/2017
O sorvete de Douglas
Na foto vemos membros da família Tavares de Campos, entre outros: Fernando e Zaia, Ditão, Padeiro, Dona Nena, e o filho deles mais novo: o Douglas.
Quando Douglas tinha a idade de mais ou menos 8 anos, podia ser visto com outros meninos da mesma idade, quase todos os dias lá no Plácido Cortelazzi, onde trabalhavam Aldo, Misto e Ernesto Albertine.
Os moleques, curiosos como são todos eles, viviam na oficina, atraídos pelo som orquestrado das marretadas dadas nas peças de ferro em brasa que eram transformadas em arados, facões de arados, ferraduras, entre outros instrumentos usados no trabalho duro do campo.
E o menino Douglas, por morar bem próximo da oficina, era o frequentador mais assíduo, e num dia qualquer entra na oficina sozinho, chupando sorvete de palito tipo daquele que chamavam “sorvete de Itu” de duas cores…
Contava Misto, rindo muito, que Ernesto disse ao Douglas: – Coloque o sorvete aí no fogareiro, que ele vai ficar grandão, e você vai ter um sorvete maior, assanhando o menino…
E não é que o menino Douglas, na inocência própria das crianças, realmente acreditou e chegou o sorvete próximo ao fogo, que alimentado pelo fole, estava bem aceso, tanto que nem bem esticou o braço, e logo saiu somente com o palito na mão…
Ao perceber que fora enganado, o menino caiu num choro tão alto, e aos berros dizia que queria o sorvete dele de volta, e batia os pés no chão, inconsolável!
Percebendo que isso poderia trazer complicações com os pais do menino, pois da Padaria, eles poderiam ouvir o choro do filho, Ernesto pede que Misto corra ao Bar do Adelque e compre outro sorvete igualzinho para o menino, que ao receber outro sorvete igual, saiu correndo para casa, com os olhos vermelhos pelo choro, e olhando para trás desconfiado, e nunca mais entrou no Barracão dos nossos amigos…
Dizia Misto ao me contar a estória, que bem diziam os mais antigos que quem dorme com criança, acorda mijado.