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O segredo do sucesso do Grêmio

Marcel Capretz, colunista esportivo

O Brasil reverencia hoje o futebol do Grêmio. Alguns, mais exagerados, dizem que é nível top europeu. Outros, mais descrentes, argumentam que não se trada nada além de um time apenas bem armado, cheio de jogadores que não vingaram em lugar algum e que só está bem porque as outras equipes são muito medíocres. Juro que já ouvi as duas opiniões. Discordo das duas. Nem oito e nem oitenta. Mas prefiro ressaltar mais os pontos positivos do time do técnico Renato Gaúcho do que alguma possível deficiência.

Primeiramente: a ideia de jogo. O que está por trás de todo esse bom futebol gremista é o gosto pela bola. A proposta ofensiva. O conceito de querer jogar por entender que isso deixa a vitória mais próxima e mais palpável.

Todo ser humano, e aqui no nosso caso incluo times, busca um objetivo ou para se aproximar do prazer ou para se afastar da dor. Ou se é proativo ou reativo. Na vida. No futebol. E nossos times, quebrando toda a história e tradição do futebol brasileiro, preferiram fugir da dor (da derrota) e serem reativos (esperar a ação do adversário). Evoluímos em organização ofensiva. Reconheço isso.

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Mas não me parece muito lógico você não investir tempo e energia em maneiras de atacar sendo que isso é que te levará a vitória, dentro da lógica do jogo.

Entendido o ‘conceito-mãe’ do futebol gremista dá para entrar em alguns pormenores, mas que são igualmente importantes. Esse jeito de jogar não é de Renato Gaúcho. Não é de Róger Machado, ex-treinador da equipe. É do clube. É da instituição. O Grêmio se propôs a jogar dessa maneira. Tudo que acontece no clube influencia no modelo de jogo praticado em campo. Todos tem influência. Do presidente ao porteiro. Se vier outro treinador, as ideias de jogo não vão mudar. Isso é convicção. É traçar um caminho e não sair dele, independentemente se algum resultado negativo aparecer no meio do processo.

E coloco ainda a qualidade na execução dos conceitos. O ataque organizado, com troca de posição, amplitude, apoio e infiltração não é obra do acaso. Assim como a excelente transição defensiva, em que claramente a equipe busca retomar a posse de bola em alguns poucos segundos. Tudo isso é fruto de uma maestria da metodologia de treinamento e da análise de desempenho.

O Brasil se auto-intitula o país do futebol. Isso até teve um certo sentido quando realmente dominamos o mundo com o nosso jeito de jogar. E esse jeito justamente privilegiava o que o Grêmio vem fazendo agora. Talvez então o surpreendente não seja o que o time gaúcho vem fazendo. A surpresa seja nós ficarmos surpresos quando apenas algumas poucas equipes fazem isso.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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