Marcel Capretz

O retrocesso do Palmeiras com Luxemburgo

Marcel Capretz

Caiu por terra o discurso do presidente do Palmeiras, Maurício Galiotti, sobre modernizar o futebol do clube ao trazer o técnico Vanderlei Luxemburgo. Quando demitiu Mano Menezes e Alexandre Mattos, ainda nos vestiários após a derrota pro Flamengo, pelo Brasileirão, Galiotti usou até o termo “modelo de jogo”.

Ele queria modelo diferente. Fiquei com uma expectativa altíssima, já que sonho em ver um dirigente estatutário entender sobre ideias e conceitos de jogo, padrões de comportamento com e sem a bola. Mas ao trazer de volta Luxemburgo, o Palmeiras escancara que não liga a mínima para modelo de jogo – talvez nem saiba exatamente a que esse termo se refere – e que o viés político se sobrepõe a qualquer maneira organizada e planejada de tocar o departamento de futebol.

Luxemburgo foi um dos principais técnicos que vi trabalhar. Entre a década de 90 e o início dos anos 2000 suas equipes me encantaram pela maneira ofensiva de dominar os adversários. Mas há uns bons anos, Vanderlei vem se notabilizando por trabalhos na média e por declarações desdenhando do novo olhar que o futebol contemporâneo exige. A impressão que passa é que para ele tudo continua como há vinte anos atrás, sendo que o futebol evoluiu duzentos anos em vinte nos aspectos táticos, físicos, metodológicos e até na gestão do vestiário.

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Não há nenhum indício de que Luxemburgo conseguirá, com suas competências atuais, transformar esse Palmeiras radicalmente. Não vejo nada muito diferente no modus operandi, por exemplo, dele para Felipão e Mano Menezes que fracassaram no Palestra Itália em 2019.

Mas a maior decepção para mim está no Palmeiras ter um discurso falsamente moderno e decisões impetuosas e amadoras. É claro que o técnico preferido era Jorge Sampaoli, mas fica claro que muito mais pelo nome do que pela ideia que ele carrega. Fosse a ideia o grande chamariz e diretriz a ser seguida o nome contratado não seria Vanderlei Luxemburgo.

Entendo a pressão e até a necessidade de ser definir o quanto antes o comandante para 2020. Entretanto tudo no Palmeiras me parece muito mais coração do que razão: da demissão de Mano e Mattos a chegada de Luxa.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

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