Terça-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e para homenageá-las, o Jornal O Semanário reproduz este artigo da missionária da Comunidade Canção Nova, Alexandra Gonçalves.
O que seria do mundo sem as mulheres?
Essa pergunta deve ou deveria estar sempre em nossos corações, não por motivos ideológicos, ou para levantar quaisquer bandeiras, não! Mas, para que em nosso peito se levantasse na mesma proporção um sentimento de gratidão e de elogio a tão formosa criatura.
A grandeza da alma feminina é tão impressionante que o próprio Deus diz que nos ama como uma mãe ama seu filho. Ou seja, com um coração de mulher. A presença da mulher é marcante em toda a história, seja no paraíso com Eva, na simplicidade de Nazaré ou ao pé da cruz com Maria, e todas as fiéis seguidoras do Filho de Deus.
É marcante na história bíblica e de nossa salvação, mas não apenas isso, é presença que atravessa o lugar religioso, e edifica a sociedade. Somos presença necessária em todos os momentos da vida humana, seja para gerar outra vida, seja para formar o núcleo social mais forte do mundo que é a família. Somos cheias de vida e significado onde quer que estejamos.
No início do cristianismo, eram as mulheres as primeiras a aderirem ao novo caminho, e de modo quase que imediato as suas famílias sentiam a diferença. Os maridos das mulheres cristãs foram atraídos pelo testemunho delas, queriam entender de onde vinha tamanha mudança, ternura, paciência, alegria e bondade… e quando menos se imaginava, aqueles homens rudes, severos e, infelizmente, adúlteros, eram tocados pela graça divina, mudando todo o ambiente familiar, e por consequência, o social. Nascia uma nova sociedade movida pela força do testemunho de muitas mulheres. Era um verdadeiro contágio do bem, daquelas que desde sempre souberam da importância de também dar razão ao coração.
O cardeal, Frei Raniero Cantalamessa, foi assertivo numa homilia: “As mulheres seguiram Jesus por ele mesmo, por gratidão ao bem que dele receberam, não pela esperança de fazer carreira no seu seguimento. Não lhes foram prometidos “doze tronos”, nem elas pediram para sentar à direita e à esquerda no seu Reino. Seguiam-no, está escrito, “para o servir” (Lc 8, 3; Mt 27, 55); eram as únicas, depois de Maria, a Mãe, a ter assimilado o espírito do Evangelho. Tinham seguido às razões do coração e estas não as tinham enganado.
Nesse ponto, a sua presença ao lado do Crucificado e do Ressuscitado contém um ensinamento vital para nós hoje. A nossa civilização, dominada pela técnica, precisa de um coração para que o homem possa sobreviver nela, sem se desumanizar inteiramente”.
E completa: “Não é difícil entender porque somos tão ansiosos para aumentar os nossos conhecimentos e tão pouco para aumentar a nossa capacidade de amar: o conhecimento traduz-se automaticamente em poder, o amor em serviço.”
Sábias, belas, articuladoras, cheias de intuição, perspicazes, inteligentes, trabalhadoras, corajosas, fortes… e ainda assim, cheias de ternura e amor. Penso que seja assim o universo feminino, humano e sensível. E por que não, necessário, como nos disse acima o grande frei Raniero Cantalamessa.
Por fim, vejo aquele elogio à mulher do livro de provérbios (31,10), e nele me encho de alegria e exulto no Senhor, pois ele afirma com toda certeza que a mulher virtuosa é aquela que teme o Senhor. E essa mulher que teme o Senhor, edifica sua casa, honra seu marido, cuida dos seus filhos, cumpre com seus deveres sociais, é trabalhadora, e assume grandes lideranças, essa mulher pode transformar o mundo. Essa é a verdadeira mulher de valor: aquela que é presença marcante na sociedade, na família, e na fé. Viva a Mulher!