Algumas pessoas têm a mania de guardar coisas velhas: sapatos, roupas, ferros velhos, latas velhas. Entulhos, madeira, convivendo com ratos, baratas e muitos insetos. É uma doença chamada “Síndrome de Diógenes”, a ser tratada pela psiquiatria como qualquer outra. É mais comum acometer idosos, mas alguns jovens poderão ser afetados. Na cidade de Bom Despacho, MG, a prefeitura teve de tirar cinco caminhões de escórias de uma residência. O acumulador compulsivo de lixo, um homem culto, não permitia a entrada de fiscais sanitários, mas com ordem judicial conseguiram achar vários focos em acúmulos de água, mosquitos da dengue e inúmeras larvas. Ele se dizia inventor e precisava daquelas quinquilharias para seus inventos. De outra casa o entulho necessitou de mais vinte e três caminhões para a limpeza. Isso gera problema sanitário e saúde de ordem pública. Tirar o lixo sem o tratamento pessoal será como tirar dele um bem valioso. Eles não recebem mais visitas. Seus familiares apelam para a retirada do acumulado, a prefeitura multa e retira por ordem jurídica. Tudo parece, ao doente, extorsão, isolamento e castigo, pois eles não percebem sua anormalidade enfermiça.
Você guarda coisas velhas e inúteis, achando que vai utilizá-las mais no futuro? Alguma peça de roupa para transformar no mês que vem ou usar quando a moda voltar, sapatos velhos, fotos que você nem sabe de quem?
Transcrevo a Meditação escrita por Mirian Grudtner. Analise, se você tem um pouco disso:
Somente na hora da mudança percebemos quanta coisa acumulamos. Como se não bastassem roupas, enfeites, utensílios de cozinha e um tanto de ‘objetos que não sei para que servem’, somam-se, no meu caso, livros, revistas, recortes, cadernos, pastas, caixas de ideias e muitos rabiscos.
Eu poderia encaixotar tudo, sem reciclar, e repetir isso na próxima mudança. Mas, ultimamente, ando verificando cada item. Vou usar agora? Se não quando? Por que guardei? Tem apenas valor sentimental ou é útil?
Avaliando cada objeto, descubro itens valiosos e úteis dos quais tinha me esquecido: uma peça de roupa, um livro, um esboço interessante pela metade. Isso eu guardo.
No meio de coisas úteis descubro entulhos. Alguns entulhos são úteis, mas não para mim. De acordo com a Associação Nacional dos Organizadores Profissionais dos EUA, nunca usamos 80% dos objetos que guardamos. Assim, calçados, roupas, panelas, quadros e até móveis – os quais são poucos ou nunca usados – vão para doação.
Há um terceiro item de achados: o dos entulhos que não servem para mim, nem para ninguém. Lixo para eles!
Na vida de cada uma de nós não há outras coisas para serem avaliadas assim também? Ideias, percepções, descobertas, sentimentos, pensamentos, propósitos e julgamentos a respeito de nós mesmas, dos outros e das situações, aos quais acumulamos ao longo da vida. Algumas dessas bagagens são úteis e devemos manter: talvez o propósito de ser útil ao próximo, de aceitar os outros, de ser mais tolerante, o senso de valor próprio; o hábito de assumir limitações e erros, sem culpar o mundo… Disso não podemos abrir mão.
Contudo há os entulhos que impedem a serenidade e a paz de espírito. Essas coisas não servem para ninguém. E a forma mais prática de lidar com isso é submeter ao verso bíblico: ‘Tudo o que for verdadeiro, tudo o que for justo, correto, puro, amável, de boa fama ou dignos de louvor, nisso pensai. Fil. 4:8”. Meditação Matinal da Mulher. Mirian M. Grutdner, 15 de julho de 21, p. 198 CPB,.
Não se deve fazer da mente um baú para armazenar mágoas, ofensas, desejos de vingança, pois a mente é um canteiro fértil, essas coisas más florescem e frutificam, e só produzem ruína para o seu possuidor.
A escritora Ellen G. White escreveu: “Se o orgulho e o egoísmo fossem postos de lado, cinco minutos bastariam para remover a maioria das dificuldades” (Primeiros Escritos, p. 119).
S. Paulo recomendou aos cristãos colossenses, e serve a todos os que se julgam estar com Cristo, a esquecer das coisas antigas, já passadas, pensar nas coisas que são do céu e não da Terra porque agora são novas criaturas (1 cor 5:17 e Col. 3:1-3).
Desencaixote suas tristezas, mágoas, ira, avalie se essas coisas valem à pena, se melhora a situação, livre-se do fardo e tenha mais saúde.