Leondenis Vendramim

O poder da vontade

Segundo o dicionarista Aurélio, vontade é um sentimento para atingir um fim proposto. É um desejo, uma escolha ou decisão, uma determinação expressa. Há boa vontade e má vontade.

Parafraseando Cristo: Mangueira não produz laranjas, nem o pessegueiro produz abacates. A propensão do ser humano é má e por isso não tem boa vontade para produzir o bem.

A parábola do Escorpião e a Rã diz que o escorpião ferrou e envenenou a rã que o transportou benevolentemente ao rio, de uma à outra margem.

Quando o anfíbio protestou, ele argumentou, que embora não quisesse fazê-lo, era a sua índole. Quantos se defendem dizendo:

“eu sou assim, quando pensei já fiz, não consigo mudar.”

Todos os seres animais têm vontade intrinsecamente. Se os seres humanos fossem criados sem vontade não haveria necessidade de legislação, nem haveria ética; seríamos alienados, inativos e amorais, aliás nem nasceríamos.

Essa faculdade tem poder para transformar uma sociedade, mover uma cidade ou abalar emocionalmente seus cidadãos.

A TV noticiou sobre uma jovem bonita que surrupiou mais de 30 mil reais dos cidadãos de boa vontade filantrópica para ajudá-la no tratamento de câncer nas duas mamas e metástase no fígado.

Ela apresentava receitas, fotos no hospital especializado em oncologia com a cabeça raspada, mas não tinha câncer e sequer se tratava naquele hospital.

Pretendeu enganar o INSS para receber auxílio doença sem sucesso. Ela procurava satisfazer a sua tendência maligna e mercadejar drogas. Como a jovem conseguiu tal façanha? O poder da vontade arquiteta e usa todas as suas armas para tal intento.

Duas passagens bíblicas são oportunas: Gênesis 4, versos 1 a 7. Caim foi várias vezes admoestado sobre sua má vontade.

Assim foi quando ofereceu frutas em vez de cordeirinho que simbolizava a morte de Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado. (João 1:29) Sentiu-se inferiorizado ao irmão, irou-se e matou Abel.

No diálogo com Deus que procurava persuadi-lo do pecado e levá-lo ao arrependimento, preferiu fazer segundo o seu caráter e seu orgulho.

O ensino de Jeová serve para nós: “Se procederes bem serás aceito, porém se procederes mal o pecado te condenará. Sobre ti será a tua vontade, mas sobre ela deves dominar.” Gên. 4:7

Mateus 26:36-46 quando Jesus prevendo sua hora mais angustiante, levou seus discípulos mais íntimos, Pedro, Tiago e João, ao Getsêmani, o recanto de oração e disse-lhes: Estou profundamente angustiado, mesmo à morte; fiquem aqui, vigiem e orem por Mim enquanto vou ali para orar.

E orou: Pai, Tu podes todas as coisas, se possível, passa de Mim este cálice, esse martírio a fim de salvar os pecadores.

Mas não seja feita a Minha vontade, mas a Tua. A tendência de Jesus Cristo era salvar os pecadores sem passar pelo pior sofrimento, à qual, como humano, talvez não resistisse.

Não somos robôs, mas racionais, com livre arbítrio, capazes de distinguir o bem e o mal e suas consequências correspondentes, embora muitas estejam, além de nossa previsibilidade.

O pequeno leme governa o navio e pode conduzi-lo para um iceberg ou para o destino venturoso e projetado anteriormente.

O mesmo pode se dizer sobre a nossa vontade, ela nos conduz ao sucesso e à felicidade ou à catastrófica derrocada.

O seu futuro é sempre você quem escolhe. Felicidade depende do domínio e condução do seu temperamento ao alvo correto, o que requer uma luta pertinaz contra o desejo de fazer o que lhe apraz.

A inclinação humana é para o mal. Ambiciona a supremacia e a auto idolatria que conduzem à arrogância, à irracionalidade, à violência e ao crime, no lar ou fora dele.

A ofensa é humilhante e apequenante; a reação humana é ofender o opositor com adjetivos que lhe cause maiores dissabores e o coloque, preferentemente, como estrado para os pés.

Alguns criminosos alegam ter matado a ex esposa ou companheira por amor. Quem ama não agride, antes protege.

Esse argumento é falso e descreve o temperamento egoísta e apaixonado de quem não tolera a perda de algo de sua posse. Muitos confundem amor e paixão.

O amor se doa, porfia pela felicidade da pessoa amada. “O amor é paciente, benigno, não arde em ciúmes, não se ufana, nem se ensoberbece, não se conduz indecentemente, não se exaspera, não se ressente do mal…” (1Cor. 13:4-5) A paixão é possessiva, arde em ciúmes, exaspera-se por coisas mínimas, exige da companheira que satisfaça sua vontade, ressente-se por qualquer mal, é justamente, contrário ao amor.

Parafraseando Paulo: “Peço-lhes, pela misericórdia de Deus, que sacrifiquem o seu caráter para ser santo e agradável a Deus, que é o seu culto racional, não se conformem com seu comportamento, mas transformem-se pela renovação da sua mente para compreender qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rom. 12:1-2)

Você está disposto a vencer a má vontade? “Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filip. 4:13) “… somos mais do que vencedores por aquele que nos amou.” Rom. 8:37. (Continua)

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