Artigo | Por Sandro Morete*
O Centro Espírita – unidade fundamental do Movimento Espírita -, “para bem atender às suas finalidades, deve ser núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita”. Desviá-lo dessa diretriz é comprometer a causa a que se pretende servir. Editorial de Reformador, março de 1992.
O passe foi incluído nas práticas do Espiritismo como um auxiliar dos recursos terapêuticos ordinários. É, portanto, um meio e não a finalidade do Espiritismo. No entanto, muitas pessoas procuram o centro espírita em busca somente da cura ou melhora de seus males físicos, psicológicos e dos distúrbios ditos “espirituais”.
Geralmente, as pessoas que assim procedem são nossos irmãos que desconhecem os fundamentos do Espiritismo. Muitos vêem no Espiritismo mais uma religião, criada por Kardec. Outros ligam-no somente à mediunidade, temendo sua prática, que envolveria o relacionamento com “almas do outro mundo”. Ainda outros associam-no a curas, e mesmo à fórmulas místicas para a solução de problemas financeiros, conjugais, etc. Há aqueles que, sem nada conhecer, tomam passes freqüentemente, por hábito, mesmo sem estarem necessitando. Isso tudo resulta do desconhecimento doutrinário, de interpretações pessoais, da disseminação de conceitos errôneos.
É dever do centro espírita, por meio do seu corpo de trabalhadores, esclarecer os que o procuram acerca dos objetivos maiores do Espiritismo, que gravitam em torno da libertação da criatura das amarras da ignorância das leis divinas, alçando-a à perfeição.
Bem orientado, o centro espírita é um foco de luz na Terra, que ilumina o saber e o amor, a razão o e sentimento. Daí ele ser a um só tempo:
• Escola – que possibilita ao ser humano, pelo estudo constante disciplinado, inteirar-se das sábias leis divinas que regulam o seu destino.
• Hospital – onde são socorridos os acidentados da alma pelos recursos fluídicos e espirituais, como o passe, a água fluidificada, a prece, a desobsessão, a palavra de esperança e encorajamento, o estudo evangélico e doutrinário.
• Oficina de trabalho no bem – onde, ajudando o próximo carente, o ser ajuda-se a si próprio, aprendendo e vivenciando os valores cristãos, a verdadeira caridade, tal qual definida na resposta à questão 886 de O Livro dos Espíritos: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
*Sandro Morete é presidente do Centro Espírita Lázaro José.