De 2015 para cá o Palmeiras vive uma era de títulos. São dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil e o recente Paulistão. O clube se fortaleceu e fincou os pés entre os melhores do país após o quase rebaixamento de 2014. Seria terrível cair três vezes em doze anos. Voltando as conquistas, chama a atenção que todos os troféus vieram com técnicos diferentes. E isso sinaliza muita coisa…
A falta de continuidade, as interrupções de trabalho, impedem o Palmeiras de ganhar ainda mais. E a aleatoriedade na escolha dos treinadores torna impossível identificarmos um ‘jeito Palmeiras’ de jogar, que seria fundamental para uma sequência avassaladora.
O clube está forte. Tem uma lucrativa arena, um patrocinador robusto, um departamento de marketing perspicaz, dentre outras coisas. E muito das conquistas recentes vieram por conta dessa estrutura. Entretanto, a condução do futebol se mostra fraca quando vem as derrotas.
Aí esse mesmo técnico que venceu é descartado. A cultura do futebol brasileiro no que tem de mais cruel esmaga uma estratégia e uma visão mais macro e a longo prazo.
Quando os dirigentes palmeirenses falam em buscar o DNA do clube, em trazer o que há de mais moderno e contemporâneo, soa como um discurso sem consistência. Até porque falar em DNA é sempre relativo: na gloriosa década de 90, Luxemburgo encantou a todos com um jeito de jogar e Felipão ganhou a Libertadores de outro.
Como fica então o DNA? E a questão da modernidade foi rasgada quando o próprio Luxemburgo foi contratado no final do ano passado, já que ele mesmo prega que não há nada de novo no futebol atual.
O Palmeiras se tornou forte como instituição e tem que arrastar isso pra parte de campo. Constantes trocas e perfis antagônicos de técnicos demonstram ausência de convicção. Pelo que é hoje fora de campo um ajuste como esse se torna crucial no Verdão.
ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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