DO FUNDO DO BAÚ RAFFARD
Continuando a reproduzir de forma livre, episódios relatados pelo Professor Vinício Stein Campos, em seu livro “O Menino de Capivari” no qual nos conta que a volta para casa dos romeiros turistas, que foram conhecer a praia, foi marcado por episódio pitoresco.
Ao chegar em São Paulo, foi necessário fazer baldeação para embarcar noutro trem que os traria de volta para Raffard, e alguns dos romeiros saíram em direção ao comboio, mas naquele vai e vem da multidão na estação, eles acabaram se perdendo dos demais.
Começaram a querer entrar em pânico pelo receio de perder o trem, mas um deles, achando-se o mais esperto deu um palpite: – Vamos fazer o seguinte, vamos até aquela loja, compramos algo e pedimos para o carregador levar até o trem para nós, e assim identificamos o nosso trem, sem risco de embarcar em comboio errado.
E assim foi feito, fizeram uma “vaquinha” e compraram um pote de barro bem grande, e pediram para um carregador levar o pote até o trem que iria para Raffard.
Assim que o carregador saiu em direção ao trem, os nossos amigos saíram em fila indiana atrás do mesmo, e com muito cuidado para não o perder de vista, até que chegaram ao comboio que iriam embarcar, e ato contínuo, entraram depressa, aos trancos e barrancos.
Assim que entraram todos, o carregador recebeu sua gorjeta e entregou o pote, e nisto o trem partiu.
Tão logo começou a sair da estação, e o carregador ouvindo um baque, olhou para trás, e para seu espanto viu que, nossos amigos haviam lançado nos trilhos o pesado pote, posto que não mais lhes servia, visto que o escopo era justamente identificar a embarcação que deviam tomar…
E com ar de quem não entendera nada, ficou parado, balançando a cabeça, se perguntando o porquê de terem feito a compra e terem pago a ele para levar um pote que não desejavam levar para casa…
E assim todos chegaram a Raffard sãos e salvos, com muitas estórias para contar, merecendo até mesmo ser eternizadas num livro como o escrito pelo inesquecível Professor Vinício Stein Campos, no seu “O Menino de Capivari” que vale a leitura.
Caros leitores, grato por prestigiar nossa coluna. Se Deus deixar, semana que vem eu volto.