01/09/2017
O melhor livro de ética – 11
ARTIGO | A ansiedade é uma característica quase normal dos seres humanos. Ansiedade, diz o dicionário, é receio sem objeto, ou por causa psicológica inconsciente. A palavra nos veio pelo latim “anxietas” – “anxietatis” e significa inquietação, preocupação meticulosa de consciência. É, por conseguinte, medo, pavor, pânico excessivo diante de certos perigos ou situações a que se expõe o ansioso. É o crescente “mal do século”, dizem os especialistas. “A mente comanda o corpo todo”, diz Ellen White. Certo é, que a mente pode delimitar o físico. “A ansiedade no coração do homem o abate” (Pv 12:25). O ansioso tem calafrios, suor sem motivo aparente, nervosismo, rói as unhas, sente dor na barriga, inquietação com as pernas e mãos, tremor e outros sintomas. Todos nós sentimos ansiedades esporádicas: por uma entrevista, um exame, consulta médica importante, um encontro com alguém. Imagina-se a ansiedade de José, no Egito, à espera de seu irmão Levi e de seu Pai Jacó, aos quais não via há muitos anos – José chorou muito ao rever seu irmão e mais tarde seu pai (Gn 43:27-30; 46:29-30). Porém a ansiedade contínua, quase ininterrupta, desenvolve outras anomalias mais graves, e até alienação social. Há ansiosos que sofrem por tudo, mesmo por algo que não altera sua vida, como o trânsito, ou, alguém mastigando mal. Existe ansioso por medo de se relacionar com pessoas de status social mais elevado, pela expectativa de perder o emprego, os hipocondríacos, e até, homens que sentem sintomas de gravidez. As causas são inúmeras.
Há conselhos no Livro de Ética de Deus: “… não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber… que haveis de vestir… Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros, contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Por ventura não valeis muito mais do que as aves?” Quanto à morte: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida?” “Os gentios é que se preocupam com essas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” “Buscai, em primeiro lugar, o Seu reino e Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas, portanto não vos inquieteis… basta a cada dia o seu mal”. (Mt 6:25-34). O Mestre Jesus veio para nos ensinar que temos um Pai de amor que nos provê as necessidades diárias (ar, água, pão, frutos).
Os invasores franceses levavam muita madeira para a Europa. O Cacique Cunhambebe (1555 – ?) perguntou ao comandante francês o que ele fazia com tanta madeira (pau brasil). Ouvindo a resposta estranha de que acumulavam para a venda. O cacique disse: “Nosso deus é melhor do que o seu porque não precisamos juntar; ele nos dá o necessário para cada dia”. Quando estive entre os índios guaranis na Ilha do Bananal – TO. Eles chegaram da mata com a canoa cheia de tucunarés e cachos de bananas. Cada um pegou uma parte, o restante ficou no pátio. Ninguém levou mais para vender ou estocar, mas duas horas depois nada mais havia, todos usufruíram da colheita.
A cada 3 segundos uma pessoa morre de fome no mundo (28.800 por dia) incluindo o Brasil. Enquanto isso se desperdiça 1/3 da produção de alimento (1 trilhão de quilos anuais). Daria para todos se alimentarem e ainda sobraria. A conclusão é que a ganância cria famintos e os mata. O mundo está cada vez mais violento e sanguinário. O frenesi diário para ganhar o pão, e, também o afã pelo cobiçado supérfluo, nem sempre necessário, diminui o tempo dos pais com os filhos que sentem a carência. A facilidade com que granjeiam a amizade com traficantes de drogas e sua aquisição, fascina-os levando-os aos vícios e ao crime. O desgoverno, a corrupção geral, a falta de autoridade dos pais e de outros educadores, são algumas causas da ansiedade. Todas previstas pela Bíblia (Mt 24; 2 Tm 3:1-6). Não somos deixados sem alento. Jesus convida: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28). “Lançai sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5:7). É imperioso eliminarmos as causas que pudermos ainda que a luta pelo domínio próprio seja árdua e confiar no Deus que nos ama, segundo Suas promessas, para nos livrar daquelas que estão além de nossas forças. Diz Dalai Lama: “o homem fica doente de tanto trabalhar para ganhar dinheiro e depois gasta todo o dinheiro para se curar. O que adianta ao homem ganhar o mundo e perder a vida? (Lc 9:25)