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O Deus desconhecido I

Alexandre Teles (Foto: Arquivo pessoal)

E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: ao Deus Desconhecido. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio. Atos 17.22-23. Leiam até o versículo 31.

Gostaria através desses versículos, estar escrevendo em algumas semanas, grandes ensinamentos da Palavra de Deus contida neste texto, onde Paulo pregou em Atenas. Estarei utilizando o livro do pastor Hernandes Dias Lopes, o Deus Desconhecido.

Paulo acaba de chegar em Atenas, a grande metrópole da intelectualidade, o maior centro universitário do mundo, o berço da filosofia e das artes, a terra dos grandes luminares do saber, a cidade de Péricles e Demóstenes, de Sócrates, Platão e Aristóteles.

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Por mais estranho que pareça, é nesta cidade aspergida pela mais refinada intelectualidade, adornada pelos mais ilustres pensadores do mundo, que Paulo encontra a mais aguda e crônica ignorância espiritual. É aqui, na terra dos corifeus da filosofia, que Paulo se confronta com a mais tosca e repugnante idolatria. Nem sempre a intelectualidade refinada é seguida de uma espiritualidade sadia.

Os atenienses eram doutores em filosofia, mas estavam imersos num profundo obscurantismo espiritual. Paulo viu-se confrontado com uma verdadeira floresta de imagens ao caminhar pelas ruas de Atenas.

Plínio asseverou que no tempo de Nero, Atenas estava ornamentada por mais de trinta mil estátuas públicas. Petrônio disse que era mais fácil encontrar um deus em Atenas do que um homem. Cada templo, cada pórtico, cada edifício tinha as suas divindades protetoras.

Não é diferente a situação hoje. O homem moderno está se tornando um gigante na ciência, ampliam de forma colossal os horizontes do seu conhecimento. A cada dia ficamos maravilhados diante dos prodígios engendrados pela capacidade humana. Vivemos num paraíso tecnológico. O futuro chegou e está presente.

A medicina traz a lume descobertas magníficas. Mas, na medida em que damos passos tão largos rumo ao progresso científico e tecnológico, estamos vivendo um retrocesso moral e um entorpecimento espiritual. À medida que o homem contemporâneo atinge as alturas do conhecimento, ele também mergulha a sua alma nas camadas mais abissais da confusão moral e da cegueira espiritual.

Havia uma multidão de deuses em Atenas. Para cada deus havia um altar. Com medo e preocupados de se esquecerem de algum deus, eles ergueram um altar ao deus desconhecido. É a partir desse altar que Paulo começa a falar sobre o verdadeiro Deus, que era desconhecido pelos atenienses.

Paulo se mistura com o povo na praça, e nisso eleva sua voz e profere um dos mais extraordinários discursos registrados em toda literatura universal. Esse sermão é uma das peças mais lindas da oratória sagrada de todos os tempos. Revela a profundidade e a sensibilidade desse bandeirante do cristianismo.

Mostra a sua coragem de colocar o machado da Palavra de Deus na raiz dos principais postulados filosóficos e religiosos do seu tempo. Dentre os filósofos para quem Paulo prega, tinha os epicureus, e os estoicos:
Os epicureus faziam da vida uma corrida frenética atrás do prazer. Para eles não havia futuro. A vida é só o aqui e o agora. É só o prazer do hoje. O lema era: “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”.

Eles só olhavam para a satisfação de seus desejos imediatos, não pensavam no destino de suas almas, não pensavam na eternidade. Eles não pensavam numa prestação de contas com Deus.

Hoje há muitos epicureus modernos. Há muitos que só buscam o prazer. Para eles não existe o certo e o errado. Não existem absolutos. Tudo é relativo, e dizem: “Você não pode por limites nem freios a seus desejos. Você não pode reprimir. Você não pode se conter, pois o sentido da vida é o prazer”.

Os epicureus modernos estão dispostos a rasgar todos os códigos da decência. Marta Suplicy, no seu livro “Conversando sobre sexo”, afirma que o problema não é o sexo antes do casamento, mas o sentimento de culpa.

Acabe com a culpa e tudo ficará bem. Essa é a posição de uma sociedade que não leva em conta os valores absolutos da Palavra de Deus. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, dizia que a doença do homem é provocada pela repressão.

Os impulsos sexuais, por exemplo, dizia ele, não podem ser reprimidos. Se a sua tese estivesse certa, nossa sociedade seria campeã de saúde emocional. Nunca houve uma sociedade tão permissiva. Hoje o lema é: ”É proibido proibir”.

Agora, os estoicos achavam que a vida estava encurralada por forças implacáveis e inflexíveis e que nada nem ninguém podiam mudar o curso das coisas. Na filosofia estoica não há esperança. Não há sonho de mudança. Tudo o que acontece é destino cego. Tudo o que resta ao homem é conformar-se com a situação. Não adianta lutar. Não adianta clamar. Não há luz para o fim do túnel.

Hoje existem muitos estoicos existenciais. Há muita gente que já capitulou diante dos infortúnios da vida. Gente que já aceitou a decretação da desgraça na vida. Gente que já perdeu o ânimo de lutar. Gente que acha que não há mais jeito para sua vida, para o seu casamento e para sua família. Gente que já perdeu a esperança. Gente que diz como Gabriela: “Eu nasci assim, eu vivi assim, vou morrer assim”.

Todavia, você não precisa ficar nesse túnel escuro e sem saída. Há jeito para sua vida. Há solução para o seu problema. A solução não está em negar o sofrimento. A solução está no Deus vivo e verdadeiro. Ele é o Deus que muda as circunstâncias. Ele transforma as pessoas. Ele regenera os corações. Ele liberta os cativos. Ele traz esperança onde só existe desespero. Ele é o Deus que irrompe na história com intervenções soberanas e ninguém pode impedir a sua mão.

O Deus que operou maravilhas no passado e continua operando, é o Deus que Paulo anuncia em Atenas. É sobre esse Deus que estarei falando no decorrer de algumas semanas.

Quem é este Deus? Quais são seus atributos?

Vamos ver a resposta durante algumas semanas, à luz do texto de Atos 17.22-31.

Na próxima semana, estarei falando que o Deus Desconhecido que Paulo pregou, é o Deus que criou todas as coisas.

Que Deus em Cristo Jesus te abençoe, e até a próxima semana, se Deus quiser.

Alexandre Teles, serve ao Senhor Jesus Cristo na Igreja do Evangelho Quadrangular Catedral do Amor em Rio das Pedras.
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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