Hoje ao passar pelo bairro Bela Vista, mais conhecido por bairro Padovani, pelo fato da Família Padovani ser moradora antiga daquele local e seus integrantes serem conhecidos de todos que ali moravam, avistei o local onde morou o sr. João Cirilo, cuja casa foi recentemente derrubada e o terreno cercado para instalação de um comércio.
Quando era menino, com meus 10 anos de idade, estava sempre em companhia do meu até hoje amigo, Cláudio José Castro, e nessa época, seu pai estava construindo um salão comercial na esquina das ruas Castro Alves com a Olavo Bilac, e enquanto isso, o bar estava funcionando numa sala comercial que fazia parte da casa ao qual me referi, onde morou o senhor João Cirilo.
Ocorre que tinha uma mesa de jogos de bilhar numa das salas desse bar, e nas horas que não tinha clientes para atender, a esposa do Zé Castro (na foto ele e ela, no balcão do bar), Dona Teresa, e Helena sua filha, costuravam e usavam a mesa como lugar para colocar as roupas, linhas e agulhas que usavam na costura.
Num dia qualquer em que eu e o Cláudio, saímos para brincar, entramos correndo no bar, e deslizamos a mão no entorno da mesa onde elas colocavam as roupas, como se fosse um carrinho que passava por uma plataforma, e nisso minha mão deslizou, e colheu uma agulha que estava na mesa, entrando inteira na palma da minha mão, que quando encontrou resistência no osso, quebrou em dois pedaços.
Cada vez que lembro desse episódio, sinto arrepios, pois me faz reviver a dor que senti no momento, visto a agulha ter entrado e quebrado, e ao escutar meu grito de dor, quiseram ver o que aconteceu, mas não acreditavam, pois nem sangue saia, visto a pele ter fechado, e só acreditaram, quando viram que conforme eu mexia os dedos, ela levantava a pele da palma da mão.
Saí disparado para minha casa, que ficava a dois quarteirões, apertando o pulso, para diminuir a dor, e ao chegar lá, meu irmão Paulo imediatamente pegou a bicicleta, e mandou eu “sentar no cano” e me levou à farmácia do senhor Antonio Aprilante, que ficava na Praça da Bandeira em Rafard.
Ao chegar e saber do ocorrido, a atendente fez um “torniquete” e até me elogiou por ter segurado firme o pulso para não contaminar o sangue com a ferrugem da agulha, e mandou que fossemos a Capivari em algum médico.
Meu irmão guardou a bicicleta lá mesmo na farmácia, e me levou no Dr. Máximo Guidetti, que ao ver minha mão, disse: – Isso não é nada! E dito isso, aplicou uma anestesia e com uma pinça, retirou os dois pedaços da agulha, e nem ponto foi preciso dar…
Coisas de uma infância com alguns contratempos, mas de muita felicidade pelos amigos que tinha e pela família que Deus me presenteou para fazer parte minha vida.
Grato a todos que prestigiam nossa coluna. Se Deus deixar, semana que vem tem mais…
COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
Envie sua colaboração para o colunista: [email protected]