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O ambiente de jogo em Itaquera salva o Corinthians

Marcel Capretz, colunista esportivo

Nenhuma visão atual do futebol pode desprezar elementos subjetivos, de “fora” do jogo em si para fazer qualquer tipo de análise. Por mais contraditório que possa parecer com o o atual cenário, onde se estuda muito metodologia de treinamento, modelo de jogo, princípios e sub-princípios defensivos e ofensivos e outros aspectos táticos, é necessário um olhar mais apurado e até humilde – já que no passado isso fez a diferença e era muito mais valorizado – para entender que o conceito ambiente de jogo pode determinar um resultado.

Falo ambiente, mas se dissermos atmosfera, contexto, sinergia, etc, estamos falando da mesma coisa.

Essas relações no futebol envolvem diversos fatores: torcida, história e cultura do clube, entrosamento dos jogadores, bom relacionamento entre titulares e reservas e inúmeros outros elementos que interagem entre si o tempo todo e que podem ser o decisivos para, exemplificando, a cobrança de um pênalti de um time entrar ou sair, ou até mesmo para a conquista de um título.

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Como exemplo também cito o atual caso do Corinthians. Só não será rebaixado por conta da química que há em seu estádio entre o seu torcedor e qualquer jogador que vista a camisa do clube. A atmosfera que há ali intimida qualquer adversário. E faz crescer quem joga no Corinthians. Evidente que o melhor time terá sempre mais chances de vencer. Mas em condições parecidas, o Corinthians em sua casa sempre será favorito por conta disso.

Falando de individualidades e não de coletivos: o conceito é o mesmo. Por que Muricy Ramalho quando dirigiu o Palmeiras não teve o mesmo sucesso que teve no São Paulo? Ou o meia Ricardinho, logo após a Copa de 2002, por que não conseguiu jogar tão bem no São Paulo como jogou no Corinthians? Tudo é questão de analisar o ambiente e não puramente a qualidade. Romário sem Bebeto seria o mesmo? E vice-versa? Não havia nessa dupla um conjunto de características técnicas e comportamentais que potencializava ambos?

E dentro desse emaranhado de redes que corta o futebol não posso deixar de citar dois outros componentes: o mental e o ambiente de treino. Deixo algumas questões para refletirmos: o nível de confiança de um jogador interfere na maneira com que ele se apresenta para o jogo, abrindo linhas de passe? Não é mais fácil para um time recuperar a posse de bola se há união e solidariedade entre os atletas? E se no treino não há por parte da comissão técnica um estímulo a competição, ao desafio, a superação, enfim, a busca pelo estado de jogo pleno, apenas a presença do torcedor no estádio fará a equipe se comportar de maneira aguerrida em uma partida valendo três pontos?

São itens para olharmos o jogo por um outro viés. Porque aqui podem estar muitas respostas que buscamos na leitura de um jogo.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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