02/03/2015
Novos padres tomam posse da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes
Agostinho Felix Dalpian e Pedro Freitas Rodrigues chegaram a Rafard no sábado, 21; eles são integrantes da comunidade Scalabrinianos, que serve os migrantes no mundo inteiro
RAFARD – Os padres Agostinho Felix Dalpian, 72, e Pedro Freitas Rodrigues, 36, tomaram posse da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na noite de sábado, 21, em celebração realizada na matriz. A dupla vai atuar como pároco e vigário paroquial, respectivamente. Ambos são integrantes da Congregação dos Missionários de São Carlos, conhecidos como scalabrinianos ou carlistas.
Em entrevista à rádio R FM na última quarta-feira, 25, Dalpian falou um pouco sobre sua trajetória na Igreja Católica e sobre os 15 anos de atuação em cidades do Paraguai. “Estive em Assunção durante cinco anos, depois estive dois anos em Santa Rita, com brasileiros que moram lá no país, voltei para Assunção mais quatro e, depois, estive os últimos anos em Encarnación, que faz divisa com a Argentina”, contou.
Embora sinta falta da terra paraguaia – ele a deixou no dia 20 de dezembro do ano passado –, o gaúcho afirmou que a dupla de missionários está muito contente e agradecida pela acolhida calorosa. “Eu me encarinhei muito pelo trabalho de lá. Como ser humano, a gente pega um carinho pelas pessoas. Mas não tenho dúvida que vai acontecer a mesma coisa aqui”, disse, por telefone, ao jornal O Semanário.
Dalpian foi ordenado há 42 anos. Começou os estudos no Rio Grande do Sul e fez Teologia em São Paulo, no bairro Ipiranga, onde, segundo ele, os alunos vêm de vários países. “A dupla se formou aqui mesmo. Eu conheci o padre Pedro no dia em que chegamos aqui. A gente se viu algumas vezes, quando ele ainda era estudante, mas nós não nos conhecíamos.”
Pedro Rodrigues, por sua vez, é cearense e foi ordenado scalabriniano em novembro de 2014, após exercer mais de um ano de ministério diaconal na Diocese de Piracicaba. O novo viário paroquial de Rafard cursou Filosofia em Curitiba (PR), Teologia na capital paulista e, em 2011, fez estágio pastoral em Lima, no Peru. Na Cidade Coração, vai ter autonomia para trabalhar com os migrantes.
“Achamos bom estarmos aqui em Rafard como base. O padre Pedro vai ficar mais liberado para essa atuação. Eu, com meus 70 e alguns anos, não consigo ‘pular’ muito, então vou ficar mais na paróquia”, explica Dalpian. Aqui é uma região que vem muita gente de muitos estados, especialmente na colheita da cana, e também nas cidades vizinhas, como Americana. Lá, tem muito latino-americano”, conta.
A Congregação dos Missionários de São Carlos foi fundada em Piacenza, na Itália, em 1887, pelo bem-aventurado João Batista Scalabrini, sobre a devoção de São Carlos Borromeu. A comunidade internacional serve os migrantes em âmbito espiritual e social em 24 nações das Américas, Europa, África, Ásia e Oceania. Somente na América Latina, existem cerca de 140 padres scalabrinianos, além de um pequeno grupo de leigos que auxilia os religiosos.
“Nós estamos divididos em províncias. Na América Latina, temos três províncias que atualmente estão unidas e formam uma só”, esclarece Dalpian. “Somos uma família. Como somos religiosos, temos tudo em comum. Se eu for à casa de scalabrinianos na Argentina, estarei em casa, mesmo sem os conhecer”, exemplifica o pároco. Segundo ele, assim como os padres diocesanos, o tempo de permanência de um carlista em uma cidade é de, no máximo, nove anos.
“Fazemos visitas para conhecer as dificuldades dos migrantes. E, como não temos recursos para resolver os problemas, a gente encaminha para quem pode ajudar”, continua. “A comunidade surgiu na época da imigração italiana. Os italianos, vendo muita gente saindo de suas dioceses, reuniram um grupo de padres para acompanhar os imigrantes. Daí começou nossa congregação. Naquele tempo, eram os italianos. Agora, é onde a gente conseguir alcançar.”