A nova diretoria da Santa Casa de Misericórdia de Capivari – empossada oficialmente no dia 31 de julho de 2012 – convocou a imprensa na sexta-feira (24), para apresentar o atual cenário da entidade e tornar público as ações após 50 dias de gestão.
O presidente Jorge Elias abriu a coletiva com uma explanação sobre o que está sendo feito na instituição. “Nós estamos começando uma melhoria pelo pronto socorro, que é a porta de entrada dos pacientes, haja vista que é o único hospital da cidade que atende o SUS, então queremos melhorias do PS no atendimento às pessoas”.
Jorge apresentou uma parceria firmada com o médico de Campinas Dr. Carlos e sua equipe, que a partir de setembro iniciam o trabalho para implementar um sistema onde predomina a humanização e a qualidade no atendimento. Na ocasião a médica Dra. Karina Brunheroto foi anunciada como a nova diretora técnica responsável pelo hospital.
A diretoria informou que seis programas emergenciais estão sendo desenvolvidos no hospital, entre eles: a nota fiscal paulista ampliou de 60 para 100 pontos de coleta; todos os quartos serão reformados e os quartos do SUS receberão porcelanato, frigobar, ar condicionado, TV de LCD entre outras coisas, além da compra de novos equipamentos para lavanderia e diversas outras ações que estão sendo tomadas.
Atendimento
Segundo o Dr. Carlos, o foco será no atendimento humanizado, onde uma enfermeira padrão fará a triagem no pronto socorro, priorizando os atendimentos de urgência e emergência e tirando os pacientes de risco. “Faremos parcerias com outras especialidades que necessitarem, seja cirurgia, oncologia, neurologia ou cardiologia. A intensão é realmente trazer o melhor atendimento a população, para que eles se sintam melhor atendidos e procurem cada vez mais, porque seremos uma referência para o atendimento de urgência e emergência não só em Capivari, mas em toda a região”, afirmou.
Déficit
Indagado sobre a situação econômica da Santa Casa, o presidente Jorge Elias declarou: “sempre se ventilou que a santa casa tinha um déficit de R$ 150 mil. Nesses dois meses eu não vi déficit nenhum. Aqui teve equilíbrio financeiro!” e disparou “Olha, de repente começou a aparecer dinheiro, eu não fiz nada”.
Segundo Jorge, déficit mensal a entidade ainda não apresentou, até mesmo porque algumas prefeituras estavam em atraso. “Também começou a aparecer dinheiro, aí eu sou bem honesto em minhas palavras e me desculpe a sinceridade, mais eu tenho que ser honesto, eu sou transparente e também nós estamos cortando gastos onde dá para cortar. Agora dívida não deu para gente fazer uma análise ainda, até mesmo porque já vi que tem coisa no balanço que está classificada errada contabilmente, convênios, pelo que olhei, tem hora que aparece R$ 8 milhões e tem hora que parece R$ 14 milhões em dívidas. Então eu posso dizer que estamos a trabalhar com equilíbrio financeiro, hoje conseguimos fazer em cinquenta dias uma instituição enxuta”.
UTI
“A gente tem um plano para reabrir a UTI, e nós estamos em busca, esse plano é pra ontem, mas não existe milagre. Hoje o SUS paga R$ 80 mil e nós precisamos de R$ 200 mil por mês para reabrir.
Gestão
Jorge Elias opinou que as Santas Casas deveriam fazer melhor o seu papel interno, dando mais transparência e profissionalismo à gestão. “Chegamos aqui e a primeira coisa que eu perguntei foi sobre a tabela de custo do hospital, mas eles não tinham. Perguntei o custo de cada setor, quanto dava de lucro, de resultado e não souberam dizer”, informou.
Municípios
Cerca de 5 mil atendimentos são realizados por mês no pronto socorro e no ambulatório mais de 2 mil exames. Hoje o repasse mensal das cidades atendidas é de: Rafard R$ 12 mil, Mombuca R$ 7 mil, Elias Fausto R$ 16 mil e Capivari R$ 216 mil, totalizando mais ou menos R$ 300 mil.
Segundo Jorge Elias, se fosse para calcular e comparar o que Capivari repassa pelo número de habitantes das outras cidades e gerar uma média percapita por município, Rafard deveria repassar R$ 42.560,00, Mombuca R$ 21.280,00, Elias Fausto R$ 79.800,00, e Capivari R$ 266 mil.
Polêmica
Durante toda a semana, moradores postaram em grupos de discussão na rede social Facebook, declarações e questionamentos dando conta de que a Santa Casa estaria restringindo pacientes de serem atendidos no Pronto Socorro calçando chinelo ou sandália, inclusive afirmando que três pessoas já haviam sido proibidas de ser atendidas.
A reportagem d’O Semanário procurou o presidente após a coletiva e levou a seu conhecimento os boatos, que foram esclarecidos por Jorge Elias em nota.
“Está existindo desencontro de informações, não existem quaisquer proibições de entrada no Pronto Socorro, até mesmo porque se é pronto atendimento não poderá existir formas de vestimenta. O que está existindo é uma orientação às pessoas nos horários de visitas no sentido de na próxima vez, vir de preferência de calçado fechado a fim de evitar uma possível infecção hospitalar. Mas não é nada restritivo, apenas um processo de ‘educar a população’. Gostaria de esclarecer o equívoco entre Pronto Socorro e horário de visita, são entradas diferentes e horários diferentes e públicos diferentes”.
Confira os áudios da entrevista: