Rubinho de Souza

Nome de Tarsila do Amaral na “Via Láctea”

carta-tarsila-do-amaral-coluna-fundo-do-baúNeste mês em que se comemora o nascimento Tarsila do Amaral que nasceu em 1º de setembro de 1886, no interior de São Paulo, não poderia deixar de fazer uma publicação em sua homenagem.

Tarsila, que cresceu, ouvindo sua mãe tocar piano e contar histórias de romances, e poemas recitados em francês pelo pai na fazenda São Bernardo, localizada em Vila Raffard, município de Capivari, de propriedade da família, onde passou quase a infância inteira, completou seus estudos fundamentais no Colégio Sion, e, ainda adolescente, mudou-se para Barcelona, na Espanha, para estudar artes, e lá, pintou seu primeiro quadro: “Sagrado Coração de Jesus”, e passou a cultivar o amor pela pintura.

Tarsila ao passar uma temporada em Paris, em carta enviada à família, escreveu certa vez: “Quero, na arte, ser a caipirinha de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando” – numa clara referência à fazenda onde a artista possivelmente nasceu…

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Não há outra citação, escrita ou documento que comprove o local exato de seu nascimento, a não ser essa feita através de cartas à família vinda de Paris, onde pode ler-se nas entrelinhas as saudades que sentia de sua infância na Fazenda São Bernardo.

Entre muitas frases famosas atribuídas à Tarsila, está uma que remete também ao saudosismo e à lembrança da sua infância na Fazenda São Bernardo: “Minha força vem da lembrança da infância na fazenda, de correr e subir em árvores. E das histórias fantásticas que as empregadas negras me contavam”.

Algumas curiosidades sobre Tarsila do Amaral que tenho certeza muitos desconhecem, está no fato de que Tarsila tinha o hábito de levar garrafas de cachaça brasileira para as suas viagens ao exterior e enganava os alfandegários dizendo que era para passar na pele;

Ao todo Tarsila pintou mais de 270 obras, sendo o Abaporu, obra mais valiosa da autora e também da arte brasileira. Em homenagem à simbologia do quadro para a arte, a BBC fez uma reportagem com o itinerário da obra enumerado todos os recordes batidos pelo quadro ao longo da história.

Mas não foi só o “Abaporu” que ganhou fama e valor estratosférico, a pintura A Lua de Tarsila, também fez fama ao ser comprado em 2019 por US$ 20 milhões.

A curiosidade mais interessante sobre Tarsila é que na sua morte foi ela homenageada pela União Astronômica Internacional, em 20 de novembro de 2008, que deu o nome “Amaral” a uma cratera do planeta Mercúrio.

Ainda hoje, a artista tem uma das exposições mais visitadas na França e é um dos nomes mais importantes do período modernista, sendo também uma das pintoras mais icônicas do Brasil.

Como se pode depreender, apesar de termos em mãos uma pepita de ouro, a falta de espírito público de alguns, não deixa ela ser lapidada, e para piorar ainda temos essa “queda de braço” entre nossa cidade e outras que reivindicam ser o “berço” da artista, que nada acrescenta, pelo contrário, só atrapalha e desvia o foco principal que seria unir esforços para através do nome de Tarsila do Amaral, conseguir recursos, e alavancar um polo turístico na região, mais especificamente na Fazenda – patrimônio cultural tombado – onde ela passou a infância.

Grato e abraço fraterno.logo do fundo do baú raffard

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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