Leondenis Vendramim

Nobreza de caráter é fazer o melhor

Pedro Apolinário foi meu primeiro professor de grego. Na sua primeira aula ele nos contou a história de um prefeito que recebeu grande auxílio de seu “cabo eleitoral” com a promessa de conseguir lhe um emprego. Passado algum tempo, eleito, foi cobrado pelo cidadão. Depois de uma semana o prefeito o chamou e o nomeou professor de grego. Seu arrimo, assustado, respondeu: “Mas Prefeito eu não sei nada de grego”.

O Alcaide retrucou: “Não se preocupe, não vai aparecer nenhum aluno.” Foi colocada a placa de anúncio. Um dia surgiu um pretenso aluno. O nomeado professor de grego, desesperado, voltou ao gabinete administrativo com a notícia.

E o prefeito o tranquilizou: “Não se preocupe, ele é louco.” Nota: Nosso professor não acreditava ter uma sala cheia de “loucos” para um curso intensivo (30 dias), de grego correspondente a um semestre. Nós alunos, e sua esposa, tivemos de convencê-lo a lecionar. Ele completou a história dizendo que teríamos de ser melhores do que os alunos da Faculdade de Teologia em língua grega.

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O Califa persa Silvadahin pretendia colocar tapetes novos em seu palácio para receber visitas e autoridades oficiais. Convocou três dos melhores tapeceiros, Bahrain, Irahin e Aryam, reconhecidos em todo o seu país e propôs-lhes que fizessem um tapete para convencê-lo que seria o melhor tecelão.

O vencedor ganharia prêmio em ouro e, em honra, teria sua obra exposta diante de grandes dignidades do mundo, além de ser nomeado, o tecelão oficial do reino. No tempo aprazado, os três voltaram ao rei com a confecção.

O Califa perguntou ao primeiro entrevistado, Bahran: “Este é o melhor que você pode fazer?” “Sim Majestade. Note a perfeição” “Está bem. Aguarde o resultado final naquela outra sala.” O segundo foi Irahin, que trouxe sua linda tecelagem ao escrutínio real. A mesma pergunta, então, a resposta do novo aspirante ao honroso cargo: “Sim Majestade.

Foi muito bem fabricado, com todos os cuidados. Não tem como melhorar tal obra”. Ele também foi aguardar ansioso pela conquista. Então veio Aryam, o terceiro candidato com sua bela obra de tecelagem.

E a mesma pergunta foi feita. Aryam olhou para o seu tapete, obra esmerada e respondeu: “Majestade: fiz o melhor que pude na ocasião, mas se eu tiver nova oportunidade, creio que poderei fazer melhor ainda. Silvadahin, consultou alguns apreciadores, examinou as obras e também as respostas, então, deu o veredito: Aryam foi o vencedor, porque ele não estava acomodado com o que fizera, mas tentaria aperfeiçoar o que achava ser o melhor.

Vivemos num mundo globalizado e competitivo, nosso mundo tornou-se pequeno e de muito rápida comunicação. A internet facilitou a agilização nesses trâmites. Currículos chegam de toda parte do mundo, apresentando uma diversidade de opções.

E a competição não é só entre funcionários, mas também entre as indústrias e comércios. Há necessidade de produção em série, melhor qualidade, aparência, preço módico, giro fácil, alta tecnologia. Isso faz com que as firmas e empresas procurem no mercado de trabalho mão de obra mais especializada, com conhecimento de tecnologia moderna, com habilidades específicas, de fácil relacionamento social, com fluência, principalmente em inglês, de fácil liderança, ética profissional e pessoal. Há muitas vagas, mas pouca capacitação profissional, não só vocacional.

Não basta ser o melhor hoje. Não é o bastante satisfazer aos espectadores e aos próprios gerentes pelas realizações efetuadas. É preciso fazer o melhor hoje, e atualizar-se para realizar o melhor amanhã e depois, e sempre. Aliás, aquele que sabe executar melhor e não o faz está lavrando sua sentença de exclusão do mercado de trabalho, pois sua fama de mau empregado, corre entre as empresas que trocam informações salariais e pessoais.

Um professor da faculdade, meu colega, disse aos seus alunos: “Eu não tolero alunos bons, só aprecio os melhores. A excelência é o objetivo principal daqueles que desejam a ascensão na carreira e sucesso na vida profissional e pessoal. Portanto faça o melhor. Seja o melhor.

O que você, jovem, está pretendendo? Aqueles que desejam menos do que isso são medíocres e permanecerão na mediocrização, nunca alcançará a notabilidade porque jamais entregou coisa alguma além do comum e do ordinário. Experimente fazer melhor! O resultado vai surpreendê-lo.

Todos já vimos como um cantor de destaque, ou o artista principal é focalizado no palco principal. O artista precisa manter o foco todas as vezes que vai à apresentação. O dia que deixar de ser focalizado é porque o seu nome está desprestigiado, sua estrela se ofuscou, e seu nome se extinguindo. Em outras palavras, o funcionário que não está sendo observado e comentado, e está sendo substituído pela máquina ou por outros, é inútil e dispensável.

Eu dizia sempre aos meus alunos de ética profissional na faculdade: “Mostre seu talento, antes que notem que você está lento.” Quem não está conduzindo o ônibus é porque está sendo conduzido. E nesse frenesi pela procura das melhores consecuções, seja você imprescindível. É melhor ser disputado pelas empresas do que por elas despojado. Seja o melhor! Faça o melhor e você se sentirá melhor!

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