Foi no pátio do colégio
no velho alpendre colonial
de testeiras de madeiras
que protegiam sua lateral;
foi sim, bem ali
naquele parapeito
vi seu lindo peito
seus seios protraídos
sob a blusa trançada
de malhas transparentes
eis que nossos olhos e mentes
aspiravam por coisas diferentes…
E ela, abstraída nem percebeu
meus olhares de encontro ao seu
nem tampouco o doce pecado
que tão lindamente cometeu.
Helen vestia uma saia bem curta
de um xadrez vermelho marcante
uma boina e um lenço de seda
toda esnobe, charmosa e excitante!
Os imprevistos ventos do sul
tocavam-na a todo instante
e para nosso desespero,
ficávamos todos delirantes!
Vadiávamos pelo quadrilátero
do jardim interno de nosso colégio
pergunta-me um íntimo amigo:
– Viste-a hoje de manhã?
– Sim, descendo nossa longa escada
deslizando no surrado corrimão
descia tão calma, lenta e gostosamente;
confesso-lhe: não resisti – cantei-a pelo nome
esquecendo-me, se primavera ou verão
mas Helen, tão indiferente, não disse sim –
para meu consolo, tampouco disse não…