Geral

No lugar do futebol não podemos deixar predominar o jogo de ódio disputando vidas

Gillys Esquitini Scrocca - Delegado de Polícia, advogado, professor, radialista e colunista capivariano

A palavra hooligan começou a ser associada à violência nos esportes desde a década de 1960 no Reino Unido, surgindo o hooliganismo no futebol.
Um dos primeiros casos conhecidos de violência de torcida em um evento esportivo, teve lugar na antiga Constantinopla em uma corrida de bigas. Os Azuis e os Verdes foram envolvidos na Revolta de Nika, que durou cerca de uma semana, em 532 D.C. Quase metade da cidade foi queimada e destruída com dezenas de milhares de mortes.
Comparadas aos hooligans, que fazem parte da cultura britânica e são raras fora da Inglaterra, temos as chamadas Ultras na Europa, os torcedores de hóquei no gelo do Canadá, as barra bravas na América Latina e as torcidas organizadas no Brasil.
Foi o que aconteceu recentemente com as torcidas uniformizadas entre Ponte Preta e Guarani, cujo conflito em jogo de equipes de base vitimou fatalmente um jovem em Campinas e mais recentemente, no último domingo, 25, entre as torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras, tendo como saldo bastante negativo uma pancadaria envolvendo mais de trezentos “torcedores”, que culminou na morte de dois fanáticos palmeirenses.
A maior demonstração de violência dos hooligans foi a tragédia do Estádio do Heysel, na Bélgica, durante a final da Taça dos Campeões Europeus de 1985, entre o Liverpool da Inglaterra e o Juventus da Itália. Esse episódio resultou em 38 mortos e um número indeterminado de feridos. Os hooligans ingleses foram responsabilizados pelo incidente, o que resultou na proibição das equipes britânicas em participarem de competições européias por um período de cinco anos.
Não obstante a repressão muito forte versus os hooligans, tivemos na Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, um quebra-quebra promovido por ingleses e alemães.
As confusões premeditadas e brigas entre torcidas organizadas também são características do futebol brasileiro, apesar do termo hooliganismo não ser utilizado no Brasil.
Foi o que ocorreu no último final de semana. Infelizmente , mais uma vez.
Posso citar as torcidas Força Jovem do Vasco, Torcida Jovem e Raça Rubro Negra do Flamengo, a Máfia Azul do Cruzeiro, Galoucura do Atlético (MG), Gaviões da Fiel do Corinthians, Mancha Verde do Palmeiras e Independente do São Paulo F.C., entre outras cuja rivalidade entre as referidas torcidas extrapola o campo de jogo, colocando em disputa vidas humanas.
Espero como uma das punições (pena) o fim das torcidas uniformizadas “desorganizadas”, pois na acepção da palavra promovem desordens e estão matando a paixão pelo nosso futebol.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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