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Niilismo existencialista de Albert Camus

Albert Camus, escritor argeliano, filósofo, jornalista (7/11/1930 – 4/1/1960), mudou-se para a França. Escreveu contra a ocupação da Argélia e o maltrato aos muçulmanos argelinos pelos franceses. Foi um ativista contra os nazistas alemães quando invadiram a França em 1939. Devido a essa posição política, Jean-Paul Sartre rompeu a amizade íntima, de dez anos, com Camus.

Segundo os pensadores niilistas, a vida é baseada no nada, não possui nenhum sentido, significado ou propósito. Cabe ao sujeito aceitar essa condição e tornar-se responsável pela construção da sua existência. Para eles as regras das sociedades civis e religiosas são inúteis; “A negação é o deus dos existencialistas” e os contrastes da existência do homem, ele faz aquilo que o destrói, são os absurdos.

Camus vivenciou as atrocidades das guerras mundiais, ainda na sua adolescência, tanto que escreveu sobre seu idealismo: ter um mundo no qual o assassínio não fosse legitimado, porém, via-se no mundo dos absurdos, e sentia-se impotente, seu desejo era utópico.

Assistiu a luta entre as filosofias marxista e capitalista. Creio que tudo isso o levou a criar a Filosofia do absurdo e escrever “O Mito de Sísifo”, e “O Homem Revoltado”. Sísifo foi condenado a levar um rochedo, do sopé ao cume de uma montanha. Com sua bravura conseguia até próximo do alvo, mas extenuado, a pedra rolava ladeira abaixo, então, repetia eternamente sua tarefa, sem êxito. Assim o homem vive eternamente o absurdo.

Camus quase repetiu Isaac Newton dizendo: “O homem só conhece frações aqui e acolá; de nada servirão as teorias científicas, que imaginam tudo saber, quando não tem certeza alguma nem de si mesmo”, isto é uma lacuna de trevas entre o homem e a natureza. Esse absurdo conecta a ambos, é esse absurdo que dá vida. O assassínio e o suicídio eliminam esse absurdo, ou seja, a vida de um dos protagonistas.

Segundo os filósofos existencialistas, é necessária a existência do absurdo, pois, ele é um deus, que proporciona vida, portanto, é mister a morte do Deus que dá esperança, uma vida de quimeras e de ilusão. Para estes intelectuais não há esperança, não há futuro, não há compromisso, se quer, ameaças de um futuro castigo, ou, um paraíso à sua espera. Doravante o homem que rompeu as algemas dessa “escravidão”, alcançou a “verdadeira liberdade”.

Para Camus o ser humano só encontra felicidade quando convive com o seu idealismo ou objeto por ele amado em plena harmonia afetiva, espiritual e intelectualmente. Para alguns a felicidade é encontrada na dor e no sofrimento, como Sísifo no trabalho penoso de carregar a pedra para o cume.

Howard Mumma, disse do amigo filósofo, no seu livro Albert Camus e o Teólogo, que “nos seus últimos anos de vida teve inquietações religiosas. Disse Camus: “Não parto do princípio que a verdade cristã é ilusória. Simplesmente nunca penetrei nela.”

A filosofia tem outra face, mais útil e bela, a busca da verdadeira vida, feliz e de objetivos, sem o solitário enclausuramento intrínseco, uma vida vazia, sem sentido, num eterno combate contra o nada, como o Sísifo.

Os teóricos niilistas e existencialistas não têm nada a oferecer, seu presente é o nada, nenhuma perspectiva futura, vivem sem Deus, sem esperança e sem temor, são livres para escolher o que fazer.

Grande parte deles teve vida amarga e final triste. O Compositor Wilhelm Richard Wagner (22/5/1813-13/2/1883), influenciado por Bakunin, tornou-se antissemita. Nietzsche, precursor do existencialismo, órfão, frustrado pelo rompimento do seu noivado, morreu louco, abraçado ao poste procurando a Deus. Sartre morreu após conviver com as guerras mundiais e as revoluções na França, conhecido como, imoral corruptor de menores.

Assim foi conhecida a filósofa Simone De Beauvoir uma de suas amantes. Camus teve um fim angustiante e trágico. Segundo seu amigo Howard Mumma, suicidou-se jogando seu carro contra uma árvore. Devido ao vazio que sentia, o sofrimento causado pelas guerras, pelo fascismo e nazismo, “a solução era o suicídio”.

“Sou um homem desiludido e exausto, perdi a fé, perdi a esperança. Perder a vida é uma coisa sem importância. Mas perder o sentido da vida é insuportável. É impossível viver uma vida sem significado.”

Quão melhor é a filosofia cristã, conhecer o Deus que nos ama, viver cheio de esperança, sabendo que Jesus morreu para que tenhamos vida eterna, feliz e saudável! Escolha a sua filosofia.

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