Colunistas

Naquele tempo III

Denizart Fonseca, Cidadão Rafardense, oficial da FAB e professor de Educação Física e Desportos, colaborador desde a fundação do jornal O Semanário

Júlio Henrique Raffard fundou o Engenho Central de São João de Capivari e o povoado que ficou inicialmente conhecido por “Villa Henrique Raffard”, “Villa Raffard” anos depois, com sua emancipação político-econômica separando-se de Capivari e elevada a categoria de Distrito, que por falha dos administradores de então, alterando o nome do fundador, simplesmente Rafard…

Marcado o início da colonização por imigrantes italianos aqui chegados em 1875, ocupando lugar nos sítios e fazendas, Júlio Henrique movimentou o lugarejo com a indústria, produzindo açúcar e álcool.

O grande rolo de fumaça saindo da enorme chaminé, não era apenas sinal do trabalho de operários alimentando com lenha as suas poderosas caldeiras, mas o resultado de braços que plantaram, cultivaram e colheram a cana, impulsionando a crescente produção. Novas famílias, agora de migrantes brasileiros em busca da construção de uma vida feliz, nessa acolhedora e hospitaleira terra colaborando para o seu desenvolvimento e progresso.

Surgia assim, em 1910, com 700 moradores em média e 100 imóveis, uma sociedade contando com dois clubes: Elite Futebol Clube e União Futebol Clube, ambos contando com bandas musicais que animavam os bailes e festas, bem como nas disputas futebolísticas locais e regionais, isso a partir de 1930.

Além da Igreja Matriz “Nossa Senhora de Lourdes” já havia o Cemitério São Judas Tadeu, Cartório de Registro Civil, Grupo Escolar e Agência de Correios. Como meio de transporte humano, de cargas e comunicação havia a estação da Estrada de Ferro Sorocabana (depois FEPASA), com telégrafo Morse para telegramas. O trânsito e transporte terrestre era feito por jardineira e os tróleis e charretes eram puxados por cavalos.

Na central Rua Maurice Allain, havia o comércio: vendas de secos e molhados, lojas, barbearias, sapataria, bares, farmácia, serralheria, carpintaria, pensão e o “Para Todos”, cinema mudo em prédio que servia também para cerimônias cívicas e sociais como: aniversário dos Clubes, peças teatrais, Grupos Musicais, declamadores e oradores.

Em 1958, pela Comissão Plebiscitária constituída de idealistas locais, voltados à emancipação do lugar, foi tentada a revogação da Lei Orgânica Municipal (voto por sim ou não), que para ser transformado em Município o lugar deveria ter 2.000 habitantes, separados por 10 quilômetros e uma renda local de Cr$ 300.000,00.

A incessante e cansativa disputa com os vizinhos capivarianos permanecia, quando o então Prefeito José Estanislau Filho disse: “Se a lei der esse direito a Rafard, serei o primeiro a apertar as mãos dos rafardenses e prestar-lhes colaboração no início de sua vida autônoma. Caso contrário, queimarei até o último cartucho do esforço que possa desprender. Tudo farei para não ver Capivari, empobrecido de um distrito tão rico e tão poderoso como Rafard”.

Neste rápido comentário, procuramos transmitir dados da história que continua no coração de cada um que aqui, nele nascido ou não, reside desfrutando de sua acolhedora simpatia e amor. Terra bendita e merecedora da alcunha “Cidade Coração”, solo que devemos amar e tudo fazer em seu benefício e progresso! (Segue).

ARTIGO escrito por Denizart Fonseca, Cidadão Rafardense, oficial da FAB e professor de Educação Física e Desportos, colaborador desde a fundação do jornal O Semanário

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