Se há um momento da nossa história em que não devemos olhar o mundo a preto e branco, é agora. Estamos enfrentando um período dramático, ansioso, perigoso e incerto. As nossas relações humanas, o nosso trabalho ou as nossas garantias de sustentabilidade econômica estão ameaçadas pelo Coronavírus e todos percebemos que este quadro sombrio exige medidas drásticas.
Temos motivos para suspeitar de que o pior pode estar para vir e todos admitimos o risco de decretar já medidas excepcionais quando elas poderão fazer mais sentido mais tarde.
Num tempo tão volátil como este, em que atravessamos uma calamidade para a qual não há regras nem mapa, faz sentido prevenir a ocorrência de cenários mais graves.
Sejamos realistas: uma situação como a atual desaconselha medidas paliativas e recomenda antecipação a momentos mais graves. Alguns cidadãos, comércios e empresas estão agindo com cidadania, civismo e coragem, mas temos que admitir que outra parte ainda age com irresponsabilidade, ameaçando o interesse geral.
A adoção de medidas de emergência, que restringem as nossas liberdades e cerceiam direitos fundamentais, tem de ser vista à luz da excepcionalidade destes dias. Nos resta aceitá-las com o mesmo desconforto e espírito de resistência com que encaramos o dia a dia da maior crise das nossas vidas.
Para aqueles que ainda resistem em enxergar o pior, já passou da hora de levar o Coronavírus a sério, se resguardar para proteger a si mesmo e o próximo.
Que Deus esteja conosco em mais esta batalha!