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Muro entre Escola Jeni Apprilante e PSF desaba durante forte chuva

03/10/2014

Muro entre Escola Jeni Apprilante e PSF desaba durante forte chuva

Queda do muro ocorreu devido à pressão causada por uma canaleta entupida, segundo testemunhas
(Foto: Laila Braghero/O Semanário)
Parte do muro desabou com a forte chuva de sexta-feira, 26 (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

RAFARD – Parte de um muro da Escola Estadual Professora Jeni Apprilante, no Centro, cedeu na tarde de sexta-feira, 26. De acordo com testemunhas, o fato ocorreu por volta das 15h, minutos após o início da forte chuva que pegou muita gente de surpresa em Rafard. O muro fazia divisa com a sede do Programa de Saúde da Família (PSF). No momento da queda, os estudantes estavam em aula. Ninguém ficou ferido.

A direção da escola informou que buscou ajuda do Corpo de Bombeiros de Capivari, mas não foi atendida. “Eles falaram que como não tinha vítima, eles não poderiam vir. Eles disseram o que teria que fazer por telefone”, conta a diretora Deise Gasparotto, que foi orientada a dispensar os alunos imediatamente. “Mas nós não podemos dispensar os alunos na chuva agora, sozinhos. Então estamos ligando na rádio para divulgar para os pais que estão em casa vir buscá-los”, explica.

“Eu estava aqui do lado na hora que aconteceu. Foi horrível, horrível. A responsabilidade nossa é muito grande. Porque estamos com muitos alunos”, acrescenta Deise. A escola atende cerca de 400 estudantes até a 8ª série somente no período da tarde. Com auxílio da Polícia Militar, a direção liberou os alunos durante o intervalo, às 15h30. Guarda Municipal, Defesa Civil e Divisão de Serviços Urbanos também estiveram no local.

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(Foto: Laila Braghero/O Semanário)
Com a queda do muro, água da chuva invadiu algumas salas da escola (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

“Eu nunca tinha visto isso aqui. Faz 16 anos que eu trabalho nessa escola e eu nunca tinha visto uma coisa assim”, relata a agente de organização escolar, Rosângela Armelin. “Estava entrando água na secretaria e a gente estava socorrendo com o rodo. E nós escutamos o estrago. Quando olhamos, a água veio. O muro veio com uma cachoeira junto. Eu tenho um metro e meio de altura. Acho que era mais alto do que eu”, recorda Rosângela.

Com a queda do muro, a água da chuva invadiu cantina e salas de aula. “Aí eu fui desentupir a boca de lobo, porque não estava vencendo. Muitas folhas de árvore, galhos; aí desentupi tudo com as mãos, porque não tinha como”, continua a funcionária. Segundo ela, a última inundação registrada no Jeni foi há 30 anos. Na época, a escola estava fechada e os alunos, em férias.

“Daquela vez invadiu a secretaria, os arquivos e tudo o mais. Mas desse jeito que aconteceu hoje [nunca aconteceu], de jeito nenhum. Porque sempre que [a água] tenta invadir a gente já socorre com o rodo e tudo bem. O problema foi aquele muro, porque eu acho que canalizou a água depois daquela construção e trouxe o muro junto. O problema foi esse”, sugere Rosângela.

A agente comunitária do PSF Ellen Artuso participava de uma roda de conversas sobre saúde da mulher na unidade quando ouviu um barulho e, em seguida, sentiu o chão estremecer. “A hora que a gente saiu do lado de fora, a gente viu que tinha água no quintal, descendo do terreno de cima. Tinha água que já estava passando. Eu tenho um metro e 80, estava passando a minha altura. Aí começou a entrar no PSF. Todo mundo desesperado, puxando com o rodo e, quando a gente menos esperava, deu aquele estrondo e estremeceu tudo de novo”, detalha.

(Foto: Laila Braghero/O Semanário)
Muro da escola Jeni Apprilante fazia divisa com a sede do PSF (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

Instantes depois que parte do muro cedeu, Ellen também ligou para o Corpo de Bombeiros, sem sucesso. “Eles falaram que não podiam vir, porque só podem vir se tem vítima. Como não tem vítima, eles não têm o que fazer aqui.” Ela conta que insistiu, questionando sobre o risco de um novo desabamento. “Daí eles disseram que iam ligar aqui na escola pra ver a real situação. Mas que viriam pelo menos pra ajudar a evacuar a escola”, afirma a agente de saúde.

Ainda segundo testemunhas, a queda do muro ocorreu com a pressão da água causada pela sujeira dos bueiros. Ellen acredita que a água da chuva não conseguiu passar pela canaleta possivelmente entupida com entulho. “Tem uma saída de água ali que a gente pediu para que viessem desentupir, porque a água não estava conseguindo passar. Provavelmente a água não passou por esse motivo, o esgoto está entupido e a água desce do terreno de cima, porque é muita sujeira do terreno de cima.”

O terreno citado por Ellen fica acima do PSF, em frente à entrada da residência do caseiro da Escola Jeni Apprilante. “Se você olhar na rua ali está correndo um monte de madeira, isso porque limparam esses dias atrás. Deixaram entulho ali em cima. Um monte de ripa de madeira de construção, usada pra fazer andaime. E eles [os entulhos] vão entupindo tudo. A água não consegue passar, vai derrubando. Então eu acho que o muro cedeu, porque não aguentou o peso da água. Era muita água”, conclui.

A diretoria informou que até o fechamento dos portões da escola naquele dia, às 18h, o Corpo de Bombeiros não apareceu. Durante esta semana e na próxima, a Prefeitura de Rafard realizará a limpeza do local para, em seguida, iniciar a reconstrução do muro.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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