Opinião

Mortalidade ou Imortalidade da Alma 8

25/09/2015

Mortalidade ou Imortalidade da Alma 8

Artigo | Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Vimos no artigo anterior que a teoria filosófica da sobrevida da alma e ou do espírito após a morte do corpo é antibíblica, e é consequentemente contrária às muitas doutrinas das Escrituras. Essa teoria ainda é a causa de muitos outros ensinos opostos à Palavra de Deus. Há algumas lições bíblicas, que alguns, deliberadamente ou devido a uma leitura precipitada, erram e se consolidam no erro. Vejamos três delas.

1 – Em 1 Sm 28 relata que o profeta Samuel, conselheiro do rei Saul, havia morrido. Este rei perseguia aos necromantes (médiuns). Saul estava numa guerra cujos inimigos eram numerosos, ele tremeu de medo. Consultou a Deus, mas não obteve resposta devido aos seus pecados e desobediências. Desesperado, consultou uma vidente de Endor, que lhe descreveu o que via: “Vejo um deus… um ancião subindo… envolto numa capa”. Pensando ser Samuel, Saul prostrou-se e o adorou (vs. 1-14).

O relato diz que Deus não lhe respondia, então ele foi consultar uma médium; portanto não foi da parte de Deus essa aparição, mas contra Suas ordens (Lv19:31, Dt 18:10-12). E “Samuel” disse a Saul: “Por que me perguntas a mim, visto que o Senhor te desamparou?” Saul foi morto porque consultou essa espírita (1 Cor 10:13-14). A Bíblia não diz que era, mas que Saul pensava ser Samuel. Caso fosse a alma de Samuel, não precisaria estar vestido de uma capa surrada (28:14). Se não era da parte de Deus, quem enviou esse pretenso Samuel? Segundo o relato foi dito a Saul: “Amanhã estareis comigo”. Ora, segundo as Escrituras, Samuel foi um homem santo, ao morrer devia ir ao céu – de acordo com essa teoria – seria injusto Saul, um ímpio ir para junto de Samuel. A Bíblia adverte contra o consultar videntes porque estariam consultando os demônios, uma vez que os mortos dormem inconscientes e nada sabem (ver artigo anterior – conforme Ecl 9:6,10; 2 Cor 11:13-15).

2 – Em Lc 23:42-43 temos o famoso diálogo entre os crucificados Jesus e o ladrão. O ladrão creu em Jesus como Salvador dos pecadores e rogou: “Jesus, lembra-Te de mim quando entrares no teu reino”. E Jesus respondeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. O texto bíblico não tinha a palavra “que”, nem usava vírgula naquele tempo. Se colocar a vírgula depois do “digo”, transmite a ideia de que o ladrão foi com Cristo no mesmo dia para o paraíso.

Entretanto, o próprio Jesus, ao ressuscitar, no terceiro dia, disse à Maria Madalena que ainda não havia subido ao Céu (João 20:17). A Bíblia ensina que somente por ocasião da volta de Jesus Cristo os mortos e os vivos subirão ao encontro do Senhor (1Ts 4:116-17; 1Cor 15:51-54; Mt 24:29-31; João 5:28-29). Se puser a vírgula depois da palavra “hoje”, o sentido fica coerente: “Na verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso”. Se Davi, o amigo de Deus, ainda não subiu ao céu o ladrão também não (ver At 2:29).

3 – Em Lc 16:19-31 Jesus conta uma parábola. Parábola é um conto que Jesus usava para ilustrar uma verdade. Nessa parábola havia um rico nababesco e um mendigo, chamado Lázaro, cheio de feridas e que desejava algumas migalhas para amenizar sua fome. Ambos morreram. O pobre foi levado pelos anjos ao seio de Abraão e o rico levado ao inferno. Em tormentos das chamas, o rico viu ao longe Lázaro e suplicou a Abraão que o mandasse molhar com a ponta de seus dedos sua garganta, mas lhe é dito que estão recebendo a consequência de sua vida terrestre. E que há um enorme e intransponível abismo entre eles. Fosse real o relato, ambos, o rico no inferno e Lázaro no paraíso teriam olhos, dedos e garganta, seriam corpo e alma. O abismo era enorme, como podiam conversar? Os salvos no céu seriam felizes vendo e conversando com pessoas em agonia nas labaredas? Deus não seria injusto ao castigar eternamente o pecador que viveu 100 anos pecando? Que tamanho seria o seio de Abraão para abrigar todos os salvos? Será que o rico não viu o abismo?

A parábola tem o objetivo de ensinar que os mortos não voltam para contar sobre o estado deles, nem ensinarão como alcançar a salvação, a Bíblia tem esses ensinamentos (Lc 16:27-31). Ouçam-Na.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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