Moradores de rua montaram no domingo, 23, uma nova barraca na praça José Zuza (em frente ao Museu Histórico e Pedagógico Dr. Cesário Motta Júnior). Seis dias antes, na segunda-feira, 17, em uma ação da Guarda Civil Municipal (GCM), da Diretoria de Fiscalização de Posturas e das Secretarias de ‘Serviços Púbicos e Meio Ambiente’ e ‘Inclusão e Desenvolvimento Social’, eles foram convencidos a desmontar uma barraca que estava instalada no mesmo local havia cerca de duas semanas.
Segundo um dos moradores, Wilker José Leme, de 38 anos, eles vivem em cinco pessoas na barraca. Ele diz que a estrutura foi novamente montada porque a Prefeitura prometeu fornecer um local para eles ficarem, mas não cumpriu. “Só queremos que cumpram o que prometeram”, reivindica.
Sobre uma eventual volta da GCM, Leme garante não se preocupar. “Se nos obrigarem a desmontar, montamos de novo.” Além dele, outras duas mulheres e dois homens moram na barraca.
A estrutura foi removida na semana passada porque, segundo a Prefeitura, leis do Código de Posturas do município proíbem a instalação de barracas ou construções no passeio público (calçadas).
A Secretária de Inclusão e Desenvolvimento Social, Sueli Valarine Battagin, diz que, como não há mais argumentos para convencer os moradores a desmontarem a barraca, a Prefeitura tentará resolver a questão junto ao Poder Judiciário. “Diante da negativa dessas pessoas em deixar o local e esgotadas todas as possibilidades de diálogo, na próxima semana o governo municipal acionará o seu Departamento Jurídico para avaliar um pedido de reintegração de posse da praça José Zuza, de modo que toda e qualquer ação a ser realizada tenha a anuência do Poder Judiciário”, explica.
Ela ainda desmente a versão dos moradores de que a Prefeitura teria prometido um abrigo a eles. “A Secretaria de Desenvolvimento Social já constatou que todas estas pessoas possuem lar e família e as orientou a retornarem para as suas casas, inclusive com encaminhamento para tratamento médico e psicológico. Porém, todos se recusam a receber assistência e insistem em permanecer na rua”, afirma.