Expectativa do mercado permanece sendo de juros estáveis em 2012. Para ano que vem, analistas passaram a apostar em alta menor dos juros.
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, por sua vez, permaneceu estável em 1,57% na última semana. Para 2013, a previsão dos analistas do mercado permaneceu em 4% de expansão
Os economistas do mercado financeiro elevaram, na semana passada, sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, mas reduziram sua previsão para a inflação em 2013, segundo o relatório de mercado, também conhecido como Focus, divulgado nesta segunda-feira (1) pelo Banco Central. O documento é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A expectativa do mercado financeiro para o IPCA deste ano passou de 5,35% para 5,36% na última semana. Foi a décima segunda semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2013, a estimativa dos analistas dos bancos para a inflação recuou de 5,50% para 5,48%.
As mudanças nas estimativas do mercado financeiro acontecem após a divulgação do relatório de inflação pelo Banco Central, ocorrido na semana passada. No documento, a autoridade monetária subiu sua previsão de inflação para este ano, praticamente abandonando a meta central de 4,5%, mas informou que sua previsão para o próximo ano tem uma convergência maior para a meta.
Taxa de juros
Ao mesmo tempo, o mercado financeiro manteve a previsão de que os juros não cairão mais neste ano, permanecendo no atual patamar de 7,5% ao ano até o fim de 2012, mas também reduziu sua expectativa de alta da taxa básica, definida pelo próprio Banco Central, para o ano que vem.
A previsão anterior era de que os juros terminassem 2013 em 8,25% ao ano. Na semana passada, porém, o mercado passou a prever que os juros terminarão o próximo ano em 8% ao ano – com uma alta de 0,5 ponto percentual no próximo ano.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Crescimento do PIB
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, por sua vez, permaneceu estável em 1,57% na última semana. Para 2013, a previsão dos analistas do mercado permaneceu em 4% de expansão.
Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,3%. No último dia 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o PIB cresceu 0,4% no segundo trimestre, acumulando alta de 0,6% até o meio do ano, na comparação com o mesmo período de 2011.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 ficou estável em R$ 2 por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa permaneceu inalterada também em R$ 2 por dólar.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2012 permaneceu inalterada em US$ 18 bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo positivo da balança comercial brasileira caiu de US$ 14,48 bilhões para US$ 14,20 bilhões.
Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil avançou de US$ 56 bilhões para US$ 57 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros subiu de US$ 59 bilhões para US$ 60 bilhões na última semana.