Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida.
George Bernard Shaw
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nós brasileiros estamos consumindo menos arroz e feijão e mais pizza, hambúrguer e salgadinho.
O consumo de refrigerante caiu em dez anos, mas essa bebida ainda é o quinto alimento mais consumido.
O consumo de pizza e outros alimentos cresceu em dez anos.
A pesquisa revela, ainda, que quem promete encarar a dieta para perder peso começa a semana com a consciência pesada por causa dos excessos do fim de semana. É possível comer “de tudo”, desde que com equilíbrio. É preciso adequar quantidade e qualidade com temperança.
Henrik Johan Ibsen foi um poeta e dramaturgo norueguês, e um dos fundadores do modernismo no teatro; ele refletia sobre o dinheiro e também sobre a comida: “Com o dinheiro podemos comprar muitas coisas, mas não o essencial para nós. Proporciona-nos comida, mas não apetite; remédios, mas não saúde; dias alegres, mas não a felicidade”.
Outro importante pensador, Cícero, que foi um dos mais destacados filósofos da Roma antiga, dizia que: “O melhor tempero da comida é a fome”.
E estamos aqui, estagiando na Terra, para tornarmo-nos pessoas sensatas e equilibradas. Para isso devemos ter bom-senso e determinarmos o controle sobre o que comemos, entendendo que devemos comer para viver e não viver para comer.
Nas clínicas em que faço orientação para o tratamento da dependência em álcool e outras drogas percebo que os internos, quando afastados das drogas de sua preferência, voltam sua compulsão para o cigarro e para a alimentação, gerando aumento de peso e consequente obesidade, triglicérides e colesterol.
Já um texto judaico antigo estimula a busca do conhecimento, tanto intelectual como espiritual: “A sabedoria para o espírito é como a comida para o corpo”.
A gula é um comportamento muito ruim para a pessoa, porque o vício acaba sendo uma tirania para a mente. E o filósofo e escritor francês Léon Denis diz: “Dar ao corpo o que lhe é necessário, a fim de torná-lo servidor útil e não tirano, tal é a regra do homem criterioso”.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.