Assustador para qualquer um saber disto, e desesperador para os pais, descobrir que seu filho, um menino de onze anos, está no uso de drogas, que se iniciou aos oito anos, que em três anos evoluiu para o crack, sendo eles obrigados a interná-lo numa clínica para menores.
Neste mês fui procurado por um avô cujo neto de 12 anos estava morando com uma moça de vinte. Mas como ocorreu isso? Já fazia uma semana! Ambos dependentes da droga.
Em qualquer cidade da grande São Paulo ou do interior tem “boca de droga”. Virou uma epidemia, e vende de tudo: maconha, cocaína, crack, ecstasy. Essa nova droga, ecstasy, dizem os jovens que sua sensação é de euforia, bem-estar, outras alterações sensoriais, aumento na sensibilidade e no interesse sexual – entretanto, existem vários riscos e consequências. Ela virou febre entre os bem-nascidos – financeiramente, dos estudantes e da classe média para cima.
Para se contrapor a essa insanidade que toma conta do país e do mundo, uma boa formação de hábitos familiares e religiosos pode auxiliar a desenvolver crianças mais saudáveis e felizes.
Há um estudo de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que acompanhou 5 mil jovens ao longo de 14 anos, até a idade de 20, para saber se os hábitos religiosos de crianças e adolescentes poderiam influenciar na sua qualidade de vida.
Esse estudo pontuou que filhos criados com práticas religiosas, como hábito de oração, estudos e participação em instituições religiosas, possuem 18% mais de probabilidade de se considerarem felizes aos 20 anos; que 30% são mais prestativos para trabalhos sociais e voluntários, e que possuem 33% menos risco de desenvolver problemas como dependência química e depressão.
No Brasil, em Minas Gerais, o psiquiatra Dr. Alexander Moreira-Almeida, da Universidade Federal de Juiz de Fora, compartilha que a ciência já decifrou certos efeitos fisiológicos da espiritualidade. E afirma que a educação religiosa desde a infância também resguarda os jovens de caírem na tentação de usar e abusar das drogas: “Há indícios de que a espiritualidade estimula a porção frontal do cérebro, que responde pela nossa capacidade de controle”. É a conclusão baseada em seus estudos sobre saúde e transtornos mentais: a espiritualidade como remédio.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.