ARTIGO | Por Michele Cravo de Lima e Rebeca Loren de Oliveira Quadros*
A Ditadura Militar Brasileira foi uma época muito sangrenta e dolorosa para praticamente toda população. Há 50 anos iniciou uma fase no Brasil que mudou o caminho de muitas pessoas e antecipou a morte de centenas. Nesta época diversos artistas foram impedidos de divulgar sua arte. Cantores como Chico Buarque, tiveram músicas censuradas, como “Roda viva” que demostrava a realidade da época; assim como ele, Geraldo Vandré lutou contra a ditadura, com a música “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”, também censurada, ao vivo em rede nacional no “Festival internacional de Música”, em 1968, sendo exilado no Paraguai.
Os jovens foram para as ruas gritar seus direitos ao mundo, através de movimentos e manifestações, como as “Diretas Já”. Apesar da forte repreensão que o povo sofreu, foram à luta para exigir seus direitos.
A subversão do povo brasileiro nesta época levou a ditadura a seu fim inclusive com o AI-5(Ato Institucional n°5), que marcou a época pela censura, pelo direito de não ter direitos, constado em suas estrelinhas. Com o fim do autoritarismo no regime militar (1964-1985), a democracia brasileira se tornou um sistema político, sem repressão e violência.
Com o lema “O povo unido jamais será vencido”, os jovens conseguiram um governo mais democrático: o direito ao voto, a volta do habes corpus, liberdade de expressão, entre vários outros que hoje constituem o governo brasileiro.
Durante este regime o PIB do Brasil subiu 13% ao ano e muitas indústrias brasileiras conquistaram espaços no cenário mundial, todavia a população não viu nem o rastro deste grande passo na economia nacional, e chegou ao seu fim afetado pela crise do petróleo, a diminuição do PIB – Produto Interno Bruto e a hiper inflação. Foi neste período que iniciaram as greves por melhores salários e condições de trabalho mais adequadas, tornando clara a insatisfação dos brasileiros.
A esperança de um país melhor mobilizou os brasileiros para lutar pelo movimento “Diretas Já” com a eleição de um governante de forma democrática. A ditadura militar foi um dos períodos mais marcantes da história do Brasil, mas, também é possível afirmar que foi o pontapé inicial para um país melhor, foi o começo de uma era de democracia – a república federativa brasileira teve seu apoio pelos brasileiros nascidos e “adotados” unindo-se em uma verdadeira “nação”.
A memória deve se manter viva para que não haja resquícios das agruras enfrentadas pelos brasileiros como censura, violência e ausência de justiça, e, também, para que possamos rechaçar qualquer tipo de tentativa de golpes e cerceamento da liberdade.
* Michele Cravo de Lima e Rebeca Loren de Oliveira Quadros são alunas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – Campus Capivari, vencedoras do concurso de redação dos 50 anos do Golpe Militar.