Opinião

Melhor idade. Por que não?

01/10/20/2014

Melhor idade. Por que não?

José de Paiva Netto é jornalista, radialista, escritor e diretor-presidente da LBV (Foto: Raquel Bertolin/LBV)
José de Paiva Netto é jornalista, radialista, escritor e diretor-presidente da LBV (Foto: Raquel Bertolin/LBV)

Artigo | Por José de Paiva Netto

Celebramos em 1º de outubro o Dia Internacional da Terceira Idade. Aliás, a data deve mesmo ser considerada como a da melhor idade. Naturalmente, que fortalecida por bons hábitos durante os anos.

Em Eclesiastes, 12:1, 6 e 7, temos esta advertência: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os dias difíceis, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento. Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o Espírito volte a Deus, que o deu”.

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O rei Salomão ilustra, de forma pedagógica, a eternidade da Vida, incentivando o bom cuidado com o corpo material, pois virá o dia em que a Alma retornará ao mundo extrafísico e levará com ela o resultado de suas práticas na Terra.

Durante entrevista ao sociólogo e professor Daniel Guimarães, no programa “Sociedade Solidária”, da Boa Vontade TV, o dr. Fernando Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), falou-nos sobre o aumento da expectativa de vida no mundo, fato que no Brasil ocorre de forma acelerada: “O fenômeno de ganhar 20 ou, em algumas situações, até 30 anos de vida, na Europa aconteceu ao longo de 100 anos; no Brasil, em menos de 30. O que significa que a nossa sociedade, em todos os seus níveis, não teve a oportunidade de se preparar para isso. Do  ponto de vista prático, costumo dizer que a Humanidade precisou de vários séculos para aprender a manter bebês vivos. Quando eu era aluno de Medicina, nos anos 1970, o grande problema era a mortalidade infantil. Hoje não é mais um problema. Longe disso”.

Segundo ele, o desafio está em conscientizar todos para o período da idade avançada, quando se fica mais suscetível a várias doenças. Se agirmos antes, essa vulnerabilidade pode ser menor.

Em uma pesquisa feita no referido Centro de Estudos, ao longo dos últimos 20 anos, o especialista relatou que eles acompanharam 1.700 idosos recenseados na Vila Clementino, em São Paulo. A principal constatação foi que envelhece bem o idoso que é capaz de manter a capacidade funcional. Isso não ocorre quando surgem doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes. Contudo, a pessoa pode se prevenir, primeiro revendo seu estilo de vida. E o médico esclareceu: “Um modelo exclusivamente mecânico ou biológico não era suficiente para estudar o envelhecimento. A gente precisou adotar um modelo quântico que reconhece o ser humano na sua multidimensionalidade, tanto física quanto metabólica, vital, mental e supramental ou espiritual”.

Agora a conclusão: “Percebemos, especialmente na maturidade, como é importante a atividade espiritual do idoso, dar a ele oportunidade de se reconectar com essa esfera espiritual! Aliás, um recurso bastante estudado e reconhecido pela neurociência é o da meditação”.

O dr. Fernando Bignardi ainda comentou: “A gente chegou a fazer ensaios clínicos utilizando a meditação como única intervenção diferente e observamos que o idoso que medita é capaz de deixar de ter doenças crônicas. E isso não acontece de maneira mágica, mas à medida que uma série de eventos cascateiam desde a dimensão espiritual. Então, a esfera mental sofre uma transformação. A pessoa muda de atitude mental, de postura física; muda a qualidade do sono, da respiração, as escolhas alimentares espontaneamente mudam. Foi um achado que causou grande surpresa”.

Eis aí. Por sinal, tenho lhes dito que, quando se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece (sinônimo de meditar) é essencial para desanuviar o horizonte do coração.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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