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Martha e Lígia recordam os bons tempos da mocidade em Rafard

Nesta edição especial de comemoração ao 56º Aniversário de Rafard, duas simpáticas senhoras rafardenses relatam suas divertidas histórias dos bons tempos da mocidade.

Martha Ferreira Sampaio, 90 anos, e Ligia Maria Vendramin Bisin (Vovó Lígia), 88 anos, recordam uma Cidade Coração repleta de jovens e grupos de amigos que se encontravam para atividades diversas, cheias de lazer e muita diversão.

Miss Simpatia

Na época da juventude de Martha Ferreira, hoje, já perto dos seus 91 anos, o lazer em Rafard acontecia nos encontros de amigos durante as festas, concursos de beleza, bailes e quermesses.

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“O grupo de amigas estava sempre junto. Era muita festa boa, mas hoje não é mais assim. Na minha época, Rafard tinha fama entre os jovens, vinha gente de todo lugar para ver as festas que tinham aqui”, conta Martha ao recordar o jeito saudoso de se divertir na cidade.

Martha, que já foi anjinho nas procissões da Igreja Católica no passado, nasceu, cresceu e morou em Rafard até os 87 anos. Hoje, já com as limitações da idade, ela reside na cidade vizinha de Salto, com uma das filhas.

Na mocidade, ainda com 18 anos, ela foi coroada Miss Simpatia num concurso realizado em Rafard. Se a jovem Martha tinha só 18 anos e hoje está com 90, o concurso aconteceu há 72 anos, quando Rafard, ainda pertencia à Capivari.

Dos detalhes da história do concurso, ela já não se recorda muito bem, mas a banda que veio de São Paulo para animar o Baile de Gala daquela noite, ela jamais esqueceu.

“Veio a Banda Ritmo das Américas para tocar no baile. Fiquei muito feliz quando fui escolhida como Miss Simpatia. A banda era maravilhosa, que saudade deste tempo”, recorda emocionada a miss rafardense da época.

Martha lembra da época em que era ‘anjinho’ nas procissões da igreja católica (Foto: Arquivo pessoal)
Martha lembra da época em que era ‘anjinho’ nas procissões da igreja católica (Foto: Arquivo pessoal)

Represa Leopoldina

Há 88 anos nascia, na então Vila Raffard, a menina Lígia Maria Vendramin Bisin. Ela já nasceu com música, ouvindo os bailes que tinha no salão ao lado da casa de sua mãe, nos arredores, onde hoje é o centro da cidade.

“Era aquela folia, e eu nascendo. Nasci com festa”, conta ela com simpatia.

Em Rafard, Lígia cresceu e mora até os dias de hoje. O apelido carinhoso de Vovó Lígia veio mais tarde, quando recebia os viajantes no empório da família, que manteve funcionando até pouco tempo atrás. Foram mais de 55 anos fazendo bolos e doces vendidos na Padaria e Mercearia Vovó Lígia.

Lígia é filha do primeiro vice-prefeito de Rafard, o Emílio Vendramin, eleito em 7 de março de 1965, ao lado de Genaro Vigorito, o ‘marechal da vitória’.

Ela foi casada e teve quatro filhos. O marido, ela conheceu no chamado ‘vai e vem da Maurício Alain’, quando no passado, os jovens cumpriam um ritual de paquera.

“Eram os rapazes que passavam para lá e as moças que vinham para cá”, explica Lígia, tentando dar o exemplo do vai e vem com as mãos.

Na recordação dos bons tempos, a rafardense fala das festas das igrejas, dos tempos do futebol do RCA (Rafard Clube Atlético), das partidas de bola ao cesto (basquete da época) e dos bailes de Carnaval, que tinha o desfile do Cordão do Elite e do Cordão do União.

Nos dias de aniversário da cidade, em 21 de março, Lígia conta que Rafard tinha um dia inteiro de churrasco no campo da usina. Ficar na Estação Sorocabana para ver a chegada do trem era outra diversão.

“Na verdade, o trem era uma desculpa, o que a gente queria mesmo, era ver os rapazes que o trem trazia”, recorda descontraída.

Vovó Ligia recorda com saudade dos encontros na Represa Leopoldina (Foto: Túlio Darros/O Semanário)
Vovó Ligia recorda com saudade dos encontros na Represa Leopoldina (Foto: Túlio Darros/O Semanário)

De toda a diversão na cidade, ela guarda muitas recordações, mas seu lazer preferido na época, era brincar nas águas limpas da Represa Leopoldina. Local de boas memórias, já que seu pai chegou a trabalhar na construção da ponte, que existe até os dias de hoje.

Lígia lembra que o caminho até a represa era uma trilha comprida com lindas árvores plantadas pelos franceses.

“A gente ia brincar na água, tinha piquenique. Era muito bom, tenho até foto de lá com as amigas”.

Registro da inauguração da ponte da Represa Leopoldina (Foto: Arquivo pessoal)
Registro da inauguração da ponte da Represa Leopoldina (Foto: Arquivo pessoal)

Um desejo espontâneo de Lígia, é que os filhos e netos pudessem ver um pouco do que era a Cidade Coração de tempos atrás.

“Se eu pudesse, eu gostaria que minhas crianças e meus netos pudessem ver um pouco das coisas lindas que aconteciam aqui em Rafard naquela época”, encerra Vovó Lígia emocionada.

Em 2021

De volta aos dias atuais, este ano não haverá atividades comemorativas no Aniversário de Rafard, resultado das medidas restritivas da fase emergencial da pandemia da Covid-19.

As aglomerações e eventos estão suspensos, e de acordo com a administração municipal, as poucas atividades cívicas, como o hasteamento da Bandeira, serão sem a presença de público.

Uma alternativa da Rede Municipal de Educação, para não deixar passar em branco as comemorações dos 56 anos, será a exibição de vídeos com homenagens através de músicas, poesias e fotos de Rafard. O material será exibido através das redes sociais.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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