“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. José Saramago (1)
Nosso leitor, o professor de ética Norberto C. Weinlich, da cidade de Campinas, que escreve no Correio Popular sobre tema de sua especialidade, nos presenteou com um exemplar de seu novo livro Artes & Ética, em parceria com outro mestre, David Bianchini, e também nos escreveu pelo WhatsApp sobre a desencarnação jovem da cantora sertaneja, Marília Mendonça.
O escritor pergunta: “Ficou em minha cabeça uma dúvida: quando chega a hora, para pessoa que escolheu a forma de morrer antes de renascer aqui na Terra (e, por exemplo, essa pessoa teria escolhido morrer de acidente), se não fosse de avião, seria de outra forma? Não encontrei resposta para tal questionamento. O que você pode me dizer como espiritista?”.
Posso dizer que a reflexão do professor é muito interessante e, pelo que se deduz, ele acredita na reencarnação.
Porque se a pessoa escolhe o tipo de morte, deve ter escolhido como prova ou expiação quando estava no mundo dos espíritos, quando estava em estado de espírito ainda errante – necessitando de renascer em corpos físicos para um dia alcançar a perfeição.
É importante frisar que todos nós que estamos na Terra temos por objetivo e meta divina alcançar a evolução, progredir e melhorar até alcançar a perfeição que o espírito pode almejar, aproximando-nos do Criador.
Neste ano de 2021, a estimativa da população mundial indicou 7,8 bilhões de habitantes, de acordo com dados do portal WorldO’meter. Interessante que apenas metade desta população vive em centros urbanos, cerca de 3,5 bilhões. De acordo com relatório publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 2050 a tendência é de que o número de pessoas no mundo chegue a 9,7 bilhões. Já para 2100, a estimativa é de 11 bilhões (2). Toda essa dimensão é escolha.
Indagado o médium Chico Xavier por um repórter, “Por que morrem os jovens?”, ele respondeu: “Dizem os Benfeitores Espirituais que a maioria dos jovens desencarnados são companheiros complementando determinados resgates na lei de causa e efeito”.
Tudo que está na Terra morre, as plantas, os animais e nós também passamos por esse ciclo de experiências de múltiplas maneiras. De forma que para o espiritismo a morte não é castigo, mas aprendizado. Passamos por ela de diversas maneiras que nos aprimoram, e também aqueles que vivem conosco se aperfeiçoam: pelo amor, pelo sofrimento da separação, da saudade, que nos faz amadurecer interiormente.
Pelo pouco que conheci e ouvi do talento da jovem Marília Mendonça, era um espírito muito determinado, com vocação trazida de outras existências, começando no campo da arte de tocar, cantar e compor logo aos doze anos.
É a classe que habita a Terra, mundo de provas e expiações, caminhando para uma terceira faixa, que acontecerá nos próximos milênios, a de regeneração, quando talvez não ocorram tantos desastres e acidentes com as almas, que tanto nos entristecem num primeiro momento, porque então já seremos melhores. Nesse momento só podemos orar pelo bem-estar da cantora no Além, junto de seus antepassados, e pelo bem-estar de sua família e dos amigos que aqui ficaram.