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Mano Menezes convoca Bruno Uvini para amistosos da Seleção Brasileira

O técnico da Seleção Brasileira de Futebol Mano Menezes convocou na última sexta-feira (11), os atletas que disputarão os amistosos contra a Dinamarca (26/05), Estados Unidos (30/05), México (03/06) e Argentina (09/06).
Dos 23 jogadores convocados, dezessete tem idade olímpica, entre eles, o zagueiro capivariano Bruno Uvini Bortolança, de 20 anos.
Uvini, emprestado pelo São Paulo ao Totteham, da Inglaterra, no início da temporada, retornou ao Brasil na segunda-feira (14), logo após o término de seu empréstimo. Na terça-feira (15), ele participou dos treinos no CT da Barra Funda com o restante do elenco.
Apesar da incerteza em relação ao restante da temporada, o defensor não tem muito o que reclamar sobre seu momento atual, pois tem uma chance de ouro para conquistar uma vaga na seleção que disputará os Jogos Olímpicos de Londres, a partir de julho.
“O Brasil tem excelentes zagueiros e estou ganhando a chance de mostrar meu trabalho. Meu sonho é trazer esse ouro inédito para o meu país”, disse o jogador. Até hoje, o Brasil nunca conquistou ouro no futebol em Olimpíadas.
Revelado pelo São Paulo, Uvini foi um dos destaques da seleção sub-20 nas conquistas dos títulos mundial e sul-americano da categoria.
Bruno tem contrato com o Tricolor até abril de 2014. Após período de experiência na Europa, sem poder atuar em jogos oficiais pelo negócio ter sido realizado após o fechamento da janela de transferências, volta ao Morumbi. Mas não sabe se fica no Brasil. Isso porque foi com valor fixado (3,7 de euros – R$ 8,4 milhões) para compra e os ingleses podem adquirir seus direitos econômicos, divididos entre São Paulo e Audax (50% cada).
“Vim por empréstimo e depois para ficar, mas as coisas mudam e não tem como saber. Não sei se vou jogar na Europa ou no São Paulo. Se voltar para o São Paulo, tenho contrato e serei feliz. É onde nasci e gosto de todos. Se continuar na Europa será um sonho. Está 50% a 50%”, explica o defensor, em entrevista a reportagem do LANCE!, no último sábado, após último treino em Londres.
Chamado por Mano Menezes para Seleção Brasileira e cotado para a Olimpíada, Uvini (20 anos) conquistou o treinador, mesmo só com amistosos pelo Tottenham. Ney Franco, que o treinou no sub-20, deu seu aval.
A valorização chama a atenção da diretoria do São Paulo, que busca zagueiro, mas encontra dificuldades. Leão gosta de Uvini e quer tê-lo no elenco. O tempo fora do país ajudou o atleta amadurecer, o que é visto como mais um ponto positivo para ficar no Brasil. Durante a semana as partes vão conversar e o Tottenham também será ouvido. Eles têm prioridade para compra, mas não se manifestaram.
“Vamos conversar na semana que vem, mas existe a possibilidade de ele ficar”, disse o diretor de futebol Adalberto Baptista.

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Lance: Como foi morar em Londres?
Bruno: Peguei o inverno pesado, mas me adaptei rápido. Aprendi o inglês, que é importante para minha carreira. O futebol melhorou, tive vivência de vestiário, um estilo que gostam, e será uma experiência que vou levar comigo. Tenho o nosso estilo e agora aprendi o deles. Vim para ganhar e consegui. Vou conversar com o São Paulo e o Tottenham para resolver minha situação.
Lance: O que melhorou em campo?
Bruno: Aqui é diferente o tempo que fica com a bola no pé. É muito rápido o jogo, zagueiro joga em cima, quase no campo do adversário. Via pela TV, mas não sabia como era no campo. Aqui chega mais firme, não dão faltas e vi nos amistosos. Muita bola aérea e o jeito de jogar é diferente. Gostam que não segurem muito e o jogo é bem rápido. No Brasil tem mais tranquilidade.
Lance: Falou com alguém do São Paulo para decidir sua situação?
Bruno: Não conversei com ninguém, mas estou acompanhando de longe. Vi o jogo contra o Santos e como foi a vitória sobre a Ponte Preta. Ainda não fui procurado, mas volto segunda-feira para me apresentar, dar satisfação e ter uma conversa para resolver.
Lance: Do que ou de quem tem mais saudade no Brasil?
Bruno: Saudade da família e um pouco de ver o sol, que não aparece para nós (risos). Lugar é bom, muito bom, mas a família e pessoas fica complicado estar longe. Comida tudo bem, no clube é muito bom, comida de atleta, frango e massa. O café da manhã é ao estilo inglês, mas conseguia comer as nossas coisas. Estamos tranquilos, porque temos uma cozinheira para nós. Tem muito brasileiro, mercado e onde a gente mora tem a cozinheira brasileira.
Lance: Como é morar com o Sandro (ex-Internacional, também convocado para Seleção Brasileira)?
Bruno: Ele é solteiro, a mãe estava com ele, depois voltou para o Brasil. Ele estava ficando sozinho, daí me convidou para morarmos juntos. Foi o cara que foi um irmão para mim, me ensinou tudo. Sabia quem ele era, mas não conhecia pessoalmente. Bati na porta e já parecia que fazia um bom tempo que nos conhecíamos.
Lance: Como vocês receberam a notícia da convocação para a Seleção Brasileira?
Bruno: Ficamos muito felizes, comemoramos juntos, e conversamos sobre isso. Está sendo um pai para mim no Tottenham e na Seleção.
Lance: O que costumam fazer juntos?
Bruno: A região é mais tranquila, não é bem próxima do centro de Londres. Quando a gente sai é para ir em shopping, que é perto do Centro Olímpico. Vemos que está chegando a hora da Olimpíada e queremos estar lá. Em casa a gente procura jogar video-game e o Sandro me introduziu na música. O irmão é cantor sertanejo, então ensaiamos.
Lance: Esperava ser chamado para a Seleção Brasileira?
Bruno: Estava com este objetivo e a missão da Olimpíada. Vi algumas entrevistas que poderia chamar sub-23, para pensar na Olimpíada, então tinha esperança. Não pude jogar, mas estou treinando contra jogadores de nível mundial. Toda semana tem amistoso para quem não jogou e junta com o pessoal do B. Para mim foi importante para manter um nível, não igual de jogo, mas para manter uma base.
Lance: O que pensa sobre o ouro inédito na Olimpíada?
Bruno: Você falando eu lembrei do sub-20, que foi o pré-olímpico, com o Ney Franco. Vimos a importância de conquistar o título. Fiz parte no começo, ajudei, como todos os meninos, e desde aquele momento brilhou a vontade de trazer o título. Foi passado que tínhamos de classificar, era nosso grande objetivo, uma geração maravilhosa, e aconteceu. Será um orgulho, sabemos que é um título que falta, então queremos fazer história.

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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