Opinião

Linha de pensamento no futebol

26/02/2016

Linha de pensamento no futebol

marcel capretzCOLUNA | A manutenção de uma filosofia de jogo por anos é fundamental para o sucesso no futebol atual. E essa filosofia tem que pertencer ao próprio clube, fundamentada em sua história, suas glórias e até mesmo seus fracassos. Com base em poucos, porém abrangentes princípios de jogo, como por exemplo, toque e posse de bola, marcação agressiva e contra-ataque veloz, se procura jogadores e treinadores que se encaixem no perfil desejado.
A troca constante da maneira de pensar e ver o futebol resulta invariavelmente em decepção e perda de tempo, que entram em um ciclo vicioso e danoso para a história do clube.
Vejamos o São Paulo dos últimos quinze meses. Iniciou a temporada passada com Muricy Ramalho, que adora defesas sólidas e bolas paradas. Muricy já chegou a declarar que não almeja que seu time jogue bonito. De acordo com ele, quem quer espetáculo que vá para o teatro! Após Muricy veio o colombiano Osório, que gosta e adota um futebol envolvente, veloz em que atacar é o melhor jeito de defender. Com a saída de Osório para a seleção mexicana foi contratado o jovem Doriva, que tinha como grandes trunfos os títulos estaduais com Ituano e Vasco da Gama: duas equipes que só se defendiam e jogavam no erro do adversário.
Para 2016 veio o argentino Bauza, que faz o básico, o simples, busca a eficiência através de um futebol pragmático onde o “menos é mais”.
Há pouquíssimas semelhanças no estilo dos últimos quatro técnicos que passaram pelo clube do Morumbi. Sem uma linha a seguir, a diretoria não consegue padrão algum na contratação de atletas. O resultado se vê dentro de campo: um time sem identidade, sem personalidade e sem alma.
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O Corinthians mantém uma linha de trabalho há pelo menos oito anos. Pode-se não gostar dos seus dirigentes, mas o pessoal de Andrés Sanchez trabalha com o mesmo padrão desde que o time jogou a Serie B, em 2008.
Esse trabalho é traduzido dentro de campo no que fez Mano Menezes e no que continua fazendo Tite, apenas com um hiato de Adilson Baptista por alguns meses.
Já se sabe que o Corinthians terá uma defesa sólida, triangulações pelas laterais e um meio-de-campo onde todos buscam atacar e defender com a mesma intensidade. Os jogadores que são contratados chegam sabendo em que ambiente de jogo terão que se integrar. Os trabalhos físico, médico e psicológico são todos voltados para atender esse estilo de jogo. Como resultado, o clube acumulou conquistas nas últimas temporadas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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