Opinião

Lei Áurea

15/05/2015

Lei Áurea

Artigo por Denizart Fonseca
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

Como fazemos todos os anos, estamos rememorando a triste fase passada no Brasil, pelas pessoas de pele negra, mas, relembrada com alegria o seu final, pela vitória dos abolicionistas junto à Princesa Isabel cognominada “A Redentora”, com a assinatura de Lei abolindo definitivamente a escravidão em nossa terra.

Em 1526 – Chega ao Brasil galeão transportando escravos africanos.
Em 1850 – Lei Euzébio de Queiroz – Supressão do tráfico de negros.
Em 1854 – Lei Nabuco de Araújo – Reforçando a anterior.
Em 1871 – Lei Rio Branco – Lei do Ventre Livre.
Em 1885 – Lei Saraiva Cotegipe – Lei dos Sexagenários.
Em 1888 – Lei Áurea – no dia 13 de Maio.

Embora formalmente proibida a importação de escravos africanos desde 1831, o tráfico persistiu até 1850 quando foi definitivamente extinto, havendo na área de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo cerca de 850 mil escravos o que representava mais da metade do total de escravos brasileiros, quase todos trabalhando nas fazendas de café.

A 10 de maio de 1883 reuniram-se representantes dos clubes e associações abolicionistas atuantes na corte e em Niterói. Por proposta de José do Patrocínio, resolveram unir-se em uma confederação que buscaria congregar todas as sociedades antiescravistas do País. Constituiu-se uma comissão executiva que encarregou André Rebouças e Patrocínio para elaborar um manifesto a ser apresentado ao Parlamento do Império.

Uma grande concentração foi organizada no Teatro D. Pedro II (RJ) a 26 de Agosto para a leitura do manifesto e a presidência da Confederação foi entregue á João Clapp que nela se manteria até o fim. O Jornal Gazeta da Tarde de José do Patrocínio, era o quartel general dos confederados, sua voz de comando e instrumento de informações partidas da luta e de onde era coordenada em todo o território nacional.

Como os leitores já devem ter notado, o personagem central desta matéria é o negro abolicionista José do Patrocínio que; sendo filho de um branco com uma negra, gozava além de liberdade certos privilégios e proteção financeira para estudar e, embora diplomado farmacêutico, dedicou-se mais ao jornalismo.

Em um jantar onde foram ouvidos vários discursos, inclusive o de Ferreira Viana nomeado Ministro da Justiça declarando em nome do Gabinete que o novo tem como única finalidade extinguir a escravidão. Todos se levantam e aplaudem e aclamam. Em meio da ovação, Patrocínio, com os olhos iluminados pelas lágrimas, a voz rouca pela emoção, brada: “Não peço a palavra, tomo a palavra”, e tinha esse direito!

Sua voz era o grito de uma raça oprimida que, cansada de pedir a liberdade e dispondo a tomá-la de qualquer forma, via de repente os objetivos quase conquistados, luta vencida e a liberdade próxima.

A Sessão Parlamentar começava a 03 de maio. Nesse dia, das janelas do Senado, Rui Barbosa, Rodolfo Dantas e José do Patrocínio discursaram diante de uma multidão que se reunia nas ruas próximas. No dia seguinte a Princesa Isabel demonstrava sua posição, convidando catorze negros fugidos para almoçar com a família Imperial…

A 13 de maio a Princesa vinha de Petrópolis para assinar a redentora Lei e no Paço da cidade, transfigurado e agradecido, concluindo após dez anos a campanha, José do Patrocínio arrojou-se aos pés da Princesa dizendo: -“Minh’alma, sobe de joelhos nestes Paços”. A Confederação Abolicionista vive o seu grande dia.

Ao lado de José do Patrocínio, colaboraram para a abolição da escravidão no Brasil: Joaquim Nabuco, Rodolfo Dantas, Rui Barbosa, Rodrigues Alves, Ferreira de Menezes, Lúcio de Mendonça, Luís Gama, Tavares Bastos, Afonso Pena, Quintino Bocaiúva, Castro Alves, José Bonifácio e muitos, muitos outros.

A todos os nossos queridos irmãos de cor, nesta data tão importante para os brasileiros, fraternal abraço rogando a Deus que continue os abençoando e iluminando-lhes o caminho. Que assim seja.

Cidadania

A cidade continua mal cuidada, apesar da boa vontade demonstrada pelos administradores, com o asfalto da Rua Dr. Soares Hungria – entre a Nsa. Sra. de Lourdes e Maurício Allain – “esfarelando” e carente de trato.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?