“Legalismo mata, mas o moralismo nos liberta”, discursa novo pároco de Rafard durante visita à Câmara
O pároco de Rafard, padre Vicente Batista de Paiva, participou na noite de terça-feira (22), da sessão ordinária na Câmara Municipal.
Empossado no último dia 6 de fevereiro, na igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes, padre Vicente é o novo responsável pela comunidade católica rafardense.
Ele aguardou o fim da reunião para discursar na tribuna e já adiantou:
“vocês vão ver o meu rostinho aqui bastante, porque por onde passei sempre entendi que os poderes constituídos, para quem tem função pública, devem somar. Então, estou aqui para somar”.
Aproveitando a fala de alguns vereadores, que criticaram a falta de respeito de alguns munícipes, que vandalizam e descartam lixo de maneira irregular, e depois colocam a culpa nos vereadores e no prefeito, o padre alfinetou:
“é apenas uma linguagem, uma forma de comunicarem-se conosco, e vai colocar a culpa no prefeito e nos vereadores sim, porque isso é um problema de educação.
E quem gesta a educação de um município são os poderes constituídos – Legislativo e Executivo. Então, nós precisamos de um trabalho sério educacional pelo respeito ao bem público, pelo respeito ao outro, pelo respeito ao idoso, acima de tudo, pelo respeito à pessoa humana”, refletiu Paiva.
Padre Vicente também alertou sobre o bairro afetado pelas enchentes e frisou que os poderes constituídos não podem permitir que aquelas famílias continuem morando ali.
“A cada ano nós vamos ter trabalho dobrado. Aquelas pessoas não podem morar ali, o Ministério Público precisa intervir. Elas não podem morar ali, porque senão a gente está dando sorte ao azar”, disse.
Na oportunidade, o pároco aproveitou a presença das lideranças do Conselho de Pastores de Rafard (COPAR) na sessão e deixou um convite para partilharem a palavra.
“Nós somos irmãos de denominações diferentes, mas somos irmãos na fé, recebemos o mesmo batismo e temos o mesmo ideal, que é chegar no céu na vida futura”, refletiu.
Para encerrar, padre Vicente reforçou que sua presença em Rafard é para somar, que se fará presente sempre que necessário nas sessões e deixou uma reflexão final:
“O legalismo mata, mas o moralismo nos liberta, e o moralismo é olhar a pessoa, não é a lei, a lei fica por aí, agora a pessoa vai para o céu”.