Leondenis VendramimOpinião

Jesus Cristo

24/06/2016

Jesus Cristo

Imagem: Reprodução/Internet
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Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Teríamos muitos personagens a biografar como General Osório, Almirante Barroso, Juscelino Kubitscheck, Monteiro Lobato, Vila Lobos e tantos outros vultos de nossa história, mas quero concluir este rol de panegíricos com a biografia de Jesus Cristo, que embora judeu de nascimento é internacional, eclético e brasileiro por adoção.
Jesus era um nome relativamente comum entre os Israelitas e mostra a fé que eles tinham de que Deus enviaria o Messias como o Salvador dos homens. A palavra é encontrada em muitos outros nomes: Josué, José, Josias, etc. Recebemos a palavra “Jesus” via latim, do grego Iesóus que é uma transliteração do aramaico Yeshua cuja tradução é Messias. O nome é tido como oriundo de Yehovah que quer dizer generosidade, salvação. Messias quer dizer ungido, batizado. O vocábulo “Cristo” também recebido do grego Christós cuja raiz chrio significa apagar, ungir. Muitas vezes a Bíblia usa as duas denominações, “Jesus Cristo”, como ênfase, para identifica-Lo como o Salvador divino-humano Ungido de Deus. Sua historicidade é a mais discutida e controversa. Os céticos têm-na como mito com núcleo humano comum e divinizado pelos eclesiásticos, bispos, padres e pelos teólogos, por interesses múltiplos e por hereditariedade. Os cristãos aceitam-na baseados em provas documentais e principalmente, pela fé.
O termo Jesus histórico é uma tentativa acadêmica e racionalista, iniciada no século 18, de reconstruir os fatos ligados à pessoa de Jesus no contexto histórico-cultural e religioso judaico do século 1, na Palestina. Esse intento é baseado nas descobertas arqueológicas, nos estudos da sociedade, nos escritos canônicos (livros bíblicos inspirados), apócrifos (não inspirados), e nos escritos histórico extra bíblico da época.
É difícil encontrar indícios de alguém que vivia em vilarejos, sem emprego, que não frequentou centros acadêmicos, nem sociais ou políticos. Os historiadores da época ocupavam-se com os grandes impérios, reis e seus feitos, não se preocupariam com um judeu que pregava para um punhado de pessoas marginalizadas pela sociedade. Vale lembrar, que Ele era de origem humilde e Seu ministério durou apenas três anos e meio (ver Dan 9:24-27). Contudo, Sua vida é documentada por escritores e historiadores de Sua contemporaneidade, renomados, dignos de confiança
Entre estes são relevantes os escritos de: Flávio Josefo (37d.C. – 100 d.C.), famoso historiador, descendente de sacerdotes judeus, fariseu, que escreveu sobre a destruição de Jerusalém no ano 70 (cumprindo a profecia de Jesus Mt 24:1-2, 15-22). Em outra citação a respeito de Jesus, Josefo nomeia Tiago:
“Festo está morto, e Albino está a caminho. Assim, ele [Ananus, o sumo sacerdote] reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus, que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus companheiros] e, quando havia formulado uma acusação contra eles como transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados.” (Flávio Josefo Antiguidades dos judeus, 20.9.1). Josefo menciona também João Batista, primo e precursor de Jesus:
“Vários julgaram que aquela derrota do exército de Herodes era um castigo de Deus, por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade, que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o batismo, depois de se terem tornado agradáveis a Deus, não se contentando em só não cometer pecados, mas unindo a pureza do corpo à pureza da alma. Assim como uma grande multidão de povo o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que o poder que ele tinha sobre eles viesse a suscitar alguma rebelião, porque eles estavam sempre prontos a fazer o que ele lhes ordenasse, julgou dever prevenir o mal para não ter motivo de se arrepender por ter esperado muito para remediá-lo. Por esse motivo mandou prendê-lo numa fortaleza de Maquera, de que acabamos de falar, e os judeus atribuíram essa derrota de seu exército a um castigo de Deus por um ato tão injusto” (Antiguidades Judaicas. Livro XVIII. Capítulo VII. Parágrafo 781).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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