Capivari

Internautas se mobilizam pelo fim dos pombos

Internautas que acessam o Facebook, rede social que congrega milhões de pessoas em todo o mundo, mobilizaram-se nesta semana em Capivari e Rafard pelo fim dos pombos nas praças de Capivari.
Preocupada com o crescente aumento desses animais na Praça Central, sempre muito próximos às pessoas, especialmente das crianças, a Relações Públicas e mãe, Márcia Pagotto, iniciou a campanha na segunda-feira, 13, após levar seus filhos para passear na praça. No mural da rede social, a internauta comenta que os pombos se concentram pincipalmente em volta do pipoqueiro. “Muitos deles estão doentes e ficam muito próximos da gente, das crianças”, ressalta. Estas inclusive costumam correr atrás das aves e jogar pipocas, alimentando os animais que se multiplicam rapidamente.
Márcia fala que usou a rede social para fazer a campanha porque acredita na velocidade e eficácia das informações trocadas pelos internautas. Ela espera que a mensagem tenha um efeito positivo e que as pessoas mudem seu comportamento quanto aos pombos.
A relações públicas comenta que na segunda-feira, 13, observou que havia pombos em cima do carrinho do pipoqueiro.
Segundo Luís Máximo Albini, 48, Fiscal Sanitário da Prefeitura Municipal de Capivari, a Vigilância Sanitária orienta a população para medidas preventivas contra a proliferação dos pombos, alertando sempre para o perigo do contágio de doenças.
Albini ressalta que as pessoas não devem dar alimentos aos pombos nas praças ou em qualquer outro lugar. O fiscal orienta os munícipes a vedarem as frestas dos telhados nas residências.
Celso Eduardo Cerezer, Chefe da Vigilância Sanitária de Rafard, também faz as mesmas orientações aos munícipes. Cerezer garante, porém, que em Rafard não há reclamações quanto à proliferação de pombos.

Frequentadores da Praça reclamam da presença dos pombos

Apesar da alegria que provocam nas crianças e familiares, os pombos tornaram-se animais desagradáveis para o convívio na Praça Central.
O pipoqueiro José afirma que para os comerciantes locais, as pombas são desagradáveis. Ele diz que elas ficam em cima dos carrinhos. Ele concorda que se façam campanhas para educar as pessoas a não alimentarem os animais. “As pessoas vêm aqui, compra pipocas, deixam cair no chão e os pombos vêm”, comenta.
O pipoqueiro José diz que ele limpa o chão mas as pessoas realmente jogam alimentos para os pombos. Para ele é preciso haver campanhas para acabar com os animais na praça. “Existem pessoas que compram pipoca só para dar para aos pombos”, declara.
É o caso de Márcio Andrade, 38, com sua filha Rebeca, 2. Eles estavam na praça jogando pipoca aos pombos. Andrade diz que não acha problema, mas se realmente os pombos transmitem doenças, afirma que vai parar de jogar alimentos pra eles.
Um casal que não quis se identificar comenta que acha péssimo ter proximidade com os pombos na praça. O casal afirma não dar nada para os animais comerem. “Esperamos que se façam campanhas mesmo e que insistam para o fim dessas aves na praça”, ressalta.

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Doenças
De plumagem normalmente em tons de cinza, mais claro nas asas que no peito e cabeça, com cauda riscada de negro e pecoço esverdeado, os pombos originaram-se na Euro, Ásia e África e foram trazidos ao Brasil pelos colonizadores portugueses.
Atualmente estão em grande número nos centros urbanos, onde se adaptaram muito bem, pela facilidade de encontrar alimento e abrigo.
Pombos têm preferência por grãos e sementes. Não são exigentes, comem restos de refeição, pão e até lixo. No clima em que vivemos, a reprodução da espécie acontece entre 5 e 6 ninhadas por ano. A falta de predadores naturais e a desinformação da população que nutre grande simpatia pelos animais contribuem para sua proliferação.
Em algumas cidades brasileiras, alimentá-los é proibido, mas o assunto ainda não tem grande divulgação.
A verdade é que os pombos estão bem longe de sua imagem de representantes da paz. Eles causam muitos transtornos e danos à saúde e ao patrimônio humano.
Considerado um grave problema ambiental, o pombo compete por alimento com as espécies nativas, danifica monumentos com suas fezes e pode transmitir doenças ao homem. Até recentemente, 57 doenças eram catalogadas como transmitidas pelos pombos, tais como: criptococose, histoplasmose, salmonelose, omitose e dermatites.
A Criptococose é uma doença causada pelo fungo Cryptococus neoformans. É transmitida pela inalação da poeira contendo fezes secas de pombos e canários. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central, causando alergias, micose profunda e até meningite subaguda ou crônica. Seus sintomas são febre, tosse, dor torácica. Podem ocorrer também dor de cabeça, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação e confusão mental.
A Histoplasmose é outra doença transmitida pelos pombos, por meio da inalação do esporo do fungo Histoplasma apsulatum encontrado em fezes secas de pombos e morcegos. Causa uma micose profunda e seus sintomas variam desde uma infecção assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal estar geral, anemia e outros. É uma doença dependerá do estado de saúde do indivíduo. Assim, poderá se desenvolver ou não.
A conhecida Salmonelose é mais uma doença que pode ser transmitida pelos pombos. É causada pela ingestão de ovos ou carne contaminados pela bactéria Salmonella sp presente nas fezes de pombos e outros animais. Gera uma toxinfecção alimentar com sintomas como febre, diarréia, vômitos e dores abdominais. As fezes dos pombos, em contato com alimentos como verduras e frutas, podem acarretar nessa doença.
Os pombos também podem transmitir uma doença chamada Ornitose. Ela é também conhecida como psitacose. Chega aos seres humanos por via oral (boca, nariz), por meio da poeira contendo as fezes secas de aves (pombo, arara, papagaio, perus) e infectadas pela Chlamydia psittaci. O indivíduo infectado pode apresentar febre, vômito, calafrio, mialgia, tosse, cefaléia, acompanhados por comprometimentos das vias aéreas superiores e inferiores. Essa doença é oportunista, isto é, depende do estado de saúde do indivíduo.
Esses bichinhos com jeito de inocentes transmitem também as Dermatites. Elas são um tipo de parasitose causada pelo piolho do pombo, os ácaros Ornithonyssus sp, que provocam erupções na pele e coceiras semelhantes às de picadas de insetos.
E finalmente vêm as alergias ocasionadas pela inalação de penugens de pombos ou de um ar rico em poeira das fezes dos pombos. Dentre essas alergias estão rinites ou crises de bronquite provocadas em pessoas sensíveis.
Como se nota, todas elas têm em comum a aquisição do contágio pela inalação de poeira contendo fezes dos pombos contaminadas pelos microorganismos causadores das doenças.
É importante concluir que o convívio com os pombos irá em algum momento causar sérios danos à saúde humana. Portanto, vale lembrar das orientações dos fiscais sanitários para evitar a fixação desses animais próximo às pessoas.
Isso quer dizer que alimentar os pombos nas praças, em casa e deixar telhados com frestas facilitando a vida das aves, certamente provocará o aumento da sua população e a proliferação de doenças e danos ao patrimônio público ou particular.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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