Compulsando antigo livro da Ata de Abertura da Casa de Oração da Congregação Cristã no Brasil, datado de 20 de janeiro de 1949, e ainda, segundo relatos colhidos de algumas pessoas daquela época, entre elas, a minha Joana, hoje com 86 anos, os primeiros cultos foram realizados na casa do saudoso João de Almeida Engler, que era casado com Maria Vieira Engler, e tinham os seguintes filhos: Elias, Isaias e Ester, nessa época todos crianças.
Lembro-me de ter ido muitas vezes com meus pais, em visita da família Engler, quando a casa que moravam ficava próximo à Estação da Sorocabana, e se minha memória não me trai, era a última casa da chamada Rua da Estação (foto), que tinha o nome de Rua Luiz de Freitas, exatamente onde hoje é o início da Avenida São Bernardo.
As casas do vilarejo, eram em sua maioria muito simples nesse tempo, eram quase todas feitas de barrote, não possuíam forro, e a casa onde residia a família Engler, onde eram realizados cultos às quarta, sexta e domingo da semana, não era diferente.
A chegar da rua, para adentrar a casa, havia na calçada uma pedra que servia de degrau para acessar a sala da residência com suas dependências, onde os cultos eram realizados, sendo os membros que lá frequentavam, em pequeno número.
À medida que foram aumentando os frequentadores, foram distribuídos nos diversos cômodos, ficando uma parte na sala e outra parte no corredor da casa, enquanto as crianças ficavam deitadas no chão, embaixo dos bancos, aos pés das mães, que levavam uma coberta para improvisar uma caminha aos pequenos.
Conta irmã Joanna, o Sr. João Engler era o cooperador (Encarregado), que era quem atendia os cultos, tendo uma orquestra, formada por pequeno número de músicos, dentre outros, Carmo barbeiro, Otaviano Rodrigues, Gusto Correia, José Carlos (filho de Alziro Carlos), Antonio Stefanini, Angelim Ferrari, Antonio Alexandre, Dico Pavan, que com seus instrumentos ajudavam nos louvores dos hinos.
As famílias mais lembradas, que participaram do início da Congregação Cristã em Rafard são, Família Souza – Carmelindo, a esposa Benedita, e os filhos Joanna e Paulo; Família Rodrigues da Silva – os irmãos Benedito e Otaviano e as respectivas esposas; Família Bit – Natale e a esposa Helena; Família Berganton – Marinho e esposa Conceição; Família De Lazari – Paschoal esposa e filhos; Família Rodrigues de Jesus – Antonio (Toninho gordo) e esposa; Família Castro – Salvador Eugênio e esposa Alzira; Família Anhaia – Francisco Benedito esposa e filhos; Família Serrano – Abundeo (Bundeus), esposa e filhos; Família Carlos – Altino Carlos (Artinão), esposa e filhos: Zé Carlos (mais conhecido por Zé trombone); Família Correia – Augusto Correia e esposa; Família Soares – Chico Soares e Nelson Soares; Família Moratto – Gillio Moratto e esposa, e o filho Mário, casado com Luiza Vieira e os filhos, entre eles, a pequena Lázara Olinda Moratto, que também ajudou a relembrar de como era a casa, do local dos cultos, visto que sua mãe Luiza vinha sempre visitar a sua irmã Maria Vieira Engler, que era a esposa do cooperador João Engler.
Numa época de tempos difíceis para os pais de família, visto que a maioria deles, viviam de salário, ganhavam pouco e possuíam um grande número de filhos, foi com muito esforço que eles, construíram um prédio próprio para a Congregação Cristã no Brasil na Rua Abolição, e assim poder dar uma melhor acomodação para os fiéis, e também para as vistas que eram muitas.
Este é um pequeno relato de como foi o início da Congregação Cristã no Brasil na cidade de Rafard, nos tempos que Rafard, ainda era uma Vila que pertencia à Capivari, e os cultos eram realizados numa casa de família, que nas noites de quarta, sexta e domingos, era transformada em “Casa de Oração” para os crentes, louvarem a Deus.