Opinião

Independência V

17/10/2014

Independência V

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Leondenis Vendramim

“O gelo da indiferença é tão perigoso quanto o fogo do fanatismo” diz uma escritora norte-americana. Estamos vivendo uma guerra velada rapidamente progressiva e muito perigosa. Não se pode ficar alheio, pois todos estaremos envolvidos. É uma guerra que cerceia a consciência, tolhe a liberdade religiosa e de pensar diferente. Essa guerra está no estágio de bullying. O crente no relato literal bíblico é ironizado como ignorante, antimodernista e fundamentalista. Se fanáticos do Estado Islamita são considerados terroristas porque perseguem, brutalizam e matam, não o serão igualmente reputados aqueles que perseguem, e ilegalmente matam por fanatismo científico ou auto sapiência? Não estou aludindo a contos mirabolantes e inverídicos. Os iluministas assassinaram milhares na França revolucionária. No Mundo atual há restrições populares e governamentais, 75% das pessoas sofrem alguma restrição devido à sua crença, destas 85% são cristãs; 150 milhões de cristãos são assassinados anualmente, apesar da ação da Comissão de Liberdade Religiosa da ONU, diz o relatório do Fórum Mundial das Igrejas.

A biógrafa de Voltaire Evelyn Beatrice Hall (1868-1939), resumindo o pensamento do filósofo escreveu a clássica frase: “Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la”. Foi ele um dos grandes defensores da liberdade, igualdade e fraternidade e foi também implacável na luta contra os cristãos. Disse que Cristo precisou de 12 apóstolos e 3 anos e meio para implantar o cristianismo, ele em apenas um ano aboliria tal religião. O seu falar não foi coerente com seus atos. Abraham Lincoln escreveu: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem dê-lhe poder”. Ao assumir o poder, o humilde Salomão tornou-se rei orgulhoso e devasso extorquiu o seu povo. Foi assim que a religião dominante assassinou, queimando, serrando, torturando milhões de cristãos, mudou e tripudiou sobre os mandamentos de Deus durante a “santa inquisição”. “Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes” Abraham Lincoln.

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Como vimos, o poder científico e religioso está subindo ao poder, achincalhando e julgando como ignorantes, inimigos do bem e da modernidade e até como terroristas dignos de morte os que creem na Palavra de Deus, nos relatos da criação. Tiram o direito de pensar e crer diferente, de liberdade religiosa. Pergunto: Estamos a um passo de eliminarem o direito de ir e vir, comprar e vender, e de vida?

Vem aí, o já bastante propalado ecumenismo. É uma ideia antiga desde a Idade Média com a formação do Sacro Império romano, mas ultimamente tem evoluído muito rapidamente. A globalização é irreversível e o favorece. Ecumenismo é a união das religiões e estados, não denominacionalmente, mas em pontos que lhe são comuns. Isto é visto pela mídia e pelo povo culto ou não, como forma de trazer paz, união e prosperidade. No entanto seu poder e princípios imputarão, a priori, conceitos pejorativos, desaprovação e perseguição aos dissidentes, o que já está acontecendo. Hélio Jaguaribe diz que no começo do século 21 os EUA imporão uma paz mundial militarmente, a Folha de S. Paulo que eles já pensam em relativizar os direitos humanos. A união de igrejas e poder estatal seria boa se fosse a favor do bem estar de todos, mas não pode haver bem se tolherem a liberdade de consciência, de exercer a cidadania e servir ao seu Deus de acordo com os parâmetros que julgar exarados na Bíblia, sem prejudicar os direitos alheios. Deus nos dá o direito de escolha, por que não os poderes constituídos?

Aquele que lê, entenda (leia Apocalipse 12 e 13). “Nos últimos dias virão tempos difíceis” (2Ts 3:1). “Escolhei hoje a quem sirvais” (Jos 24:15). Só estou comentando os relatos destes dias derradeiros, sem alarme, mas é bom pensar. Deus nos livre do que o futuro promete, e nos dê caráter cristão: bondade, firmeza pela verdade e destemor.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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