O conceito de alma imortal é pagão, não tem base bíblica, ou melhor, é antibíblico, é espúrio. A imortalidade da alma é uma doutrina estranha, não encontra respaldo nas Sagradas Escrituras.
O Credo Apostólico, muito conhecido pelos católicos reza: “Creio em Deus Pai todo-poderoso e em Jesus Cristo, Seu filho, o qual foi concebido pela virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto, desceu ao inferno, ressurgiu no terceiro dia, subiu aos céus, e está assentado à direita do Pai de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa igreja, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna”. Nesta reza há afirmações interessantes:
1- Jesus morreu e foi ao inferno. Nenhum cristão concebe a ideia de Jesus, imaculado, santo, sem pecado (2 Cor. 5:21; Heb. 4:15) (embora tivesse assumido os pecados dos Seus seguidores) teria de ir ao inferno incandescente. Fosse o caso, Ele, o Justo, teria de ser julgado e condenado; seria inconcludente.
A palavra inferno, do latim “infernus”, significa sepultura. A aplicação de inferno em chamas eternas, como descreve a “Divina Comédia” de Dante Alighieri, não combina com o Deus de amor e compaixão. O Senhor é justo, cada um pagará conforme suas obras. (1 Pe. 1:17) Seria incoerente, um Deus justo, deixar um pecador queimar eternamente, tendo vivido 120 anos. O profeta Malaquias diz: os ímpios se desfarão em cinzas e não sobrará raiz, nem ramo. (Mal. 4:1,3)
2- O Credo afirma que Jesus subiu ao céu de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. Se Jesus ainda vai julgar vivos e mortos quando voltar, não poderá alguém pagar no inferno, ou gozar das delícias celestiais, antes do julgamento.
É certo que seremos julgados. Lucas registrou a asseveração de S. Paulo: “… (Deus) manda agora que todos se arrependam. Pois determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem (Jesus). Ele disso deu certeza…” (Atos 17:31)
Pobres e ricos, brancos e negros, justos e ímpios, todos enfrentaremos o tribunal de Cristo, diante do qual tudo será revelado, mesmo as coisas ocultas, “para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Cor. 5:10). Tudo estará patenteado. Nada oculto. (Mat. 10:26) “Deus há de trazer a juízo, inclusive tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” (Ecl. 12:14) Agora é tempo de confissão e arrependimento. Ou receberemos a consequência “no corpo”.
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A Daniel foi dada uma visão do tribunal de Deus: “Eu continuei olhando até que foram postos uns tronos, e um ancião de Dias assentou. Sua veste era branca como a neve, e o cabelo de sua cabeça como lã puríssima. O seu trono era de chamas de fogo, com rodas de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele. Milhares de milhares (anjos) o serviam… Assentou-se o tribunal, e abriram-se os livros”. (Dan. 7:9-10) Os livros, onde estão escritos o nome de cada um, seus atos vergonhosos, ou bons, a confissão, o aceite de Jesus Cristo como Salvador, ou não. Perdoados, ou não, diante de milhões de testemunhas. Haverá um Advogado para aqueles que se apegam ao nome Jesus, o Justo, o qual morreu pelos crentes. (João 1:9 a 2:1) “Ao que vencer será vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, mas confessarei o seu nome diante do Pai e diante dos seus anjos”. (Apoc. 3:5)
Esse julgamento, anunciado pelo anjo do Apocalipse: temei a Deus e dai-lhe glória porque é chegada a hora do seu juízo. (14:7) São Pedro disse, no seu tempo, que já é hora de começar o julgamento, a iniciar pela casa de Deus. Ou seja, o julgamento inicia pelos cristãos, conhecedores do Salvador vindouro.
O referido julgamento está em plena atividade, e quando Cristo voltar, com todos os seus anjos estará feito, os bodes separados das ovelhas, os salvos dos perdidos. (Mat. 25:31-34 e 41) S. João diz: “Não vos admireis disso, pois vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que fizeram o bem, sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mau, para a ressurreição da condenação”. (João 5:28-29)
Portanto, todos serão julgados. Se se crê que a volta de Jesus está iminente e há evidentes sinais anunciando, então poderemos ser julgados brevemente
Dado aos escritos bíblicos, uma pergunta para profunda e necessária reflexão: Em que grupo você, leitor, estará? Dentre os que ouvirão as boas vindas ao céu ou entre os perdidos?