À falta de contribuições dos meus colaboradores, me sói socorrer do livro do saudoso Silveira Rocha, onde ele como ninguém, relata sobre os primeiros postes de iluminação pública na pequena Villa do Henrique Raffard, como era conhecido o pequeno povoado formado pelos seus moradores, na maioria trabalhadores da Usina açucareira.
Relata Silveira Rocha em seu livro, que a Companhia que primeiro implantou, através de concessão postes de energia elétrica em Villa do Raffard, foi a Empresa São João de Luz e Força.
Nessa época, ou seja, nos anos compreendidos entre 1910 a 1930, existiam apenas cinco ruas na pequena Villa do Raffard, que eram, a Maurice Allain, a Conselheiro Gavião Peixoto, as ruas conhecidas nesse tempo como: rua do Correio, rua da igreja e rua do Ruzza, e que posteriormente, passaram a ter oficialmente as seguintes denominações: rua José de Moraes Barros, Dr. Soares Hungria e Marechal Deodoro da Fonseca, respectivamente.
A rua Maurice Allain foi a primeira delas a receber a iluminação pública, bem como guias e sarjetas, o que evidentemente mudou seu aspecto, dando aos moradores, esperança de ver mais melhorias na Villa. Outras ruas, logo em seguida também começaram a receber a devida atenção do prefeito de Capivari, que nesse tempo era quem administrava a Villa do Raffard.
Entretanto o fornecimento de energia elétrica pela empresa São João era muito precária, ao ponto de nos temporais, ou qualquer vento forte, prenúncio de chuva, eis Villa do Raffard e a cidade de Capivari às escuras.
Somente no ano de 1958, mais precisamente em 31 de julho daquele ano – por coincidência, quando este que vos escreve tinha apenas 3 meses de idade – a concessão passou a ser feita pela Companhia Paulista de Força e Luz, pertencente ao Governo do Estado. Nesse dia, o prefeito de Capivari, o sr. Miguel Simão Neto, acionou a chave, iluminando Capivari e Villa Raffard, colocando um fim aos transtornos causados pelas constantes falta de energia elétrica.
A partir daí, Villa Raffard passou a ter mais ruas abertas e melhoramentos nas já existentes, passando mais tarde a receber nos postes com iluminação pública, as lâmpadas de mercúrio, chamadas de “gás neon”, sendo na região a primeira Comarca a contar com esse melhoramento.
Logo toda a Villa já havia sido beneficiada pela iluminação pública, tratamento que passou a ser dispensado também nas fazendas que reclamavam há muito tais melhorias.
E assim a Villa do Henrique Raffard, passou a Villa do Raffard, e mais tarde somente Villa Raffard, e após a nossa tão sonhada emancipação passou a ser Município de Raffard.
E nossa Raffard, quando veio a reforma ortográfica perdeu um “f”, passando a ser Rafard. Reforma rejeitada pelo grande rafardense Denizart Fonseca, que até o dia da sua morte, dizia não concordar com a reforma feita, sob a alegação de que nossa cidade, por ser oriunda de nome estrangeiro, não poderia sofrer os efeitos da reforma. Sempre concordei em gênero, número e grau com ele, e um dia ainda vou entrar com projeto para voltar o “f” na cidade Coração. Tenho dito!