No período de 14 a 21 de abril, a Igreja celebra a Semana Santa, também chamada de Semana Maior, o momento mais importante da Liturgia Católica. Durante este período, todas as paróquias e quase-paróquia que compõem a Diocese de Piracicaba realizam celebrações litúrgicas, tendo como ápice o Tríduo Pascal (Quinta, Sexta-feira Santa e Sábado) e a Ressurreição do Senhor Jesus na Vigília Pascal e no domingo de Páscoa.
Em Rafard, a programação litúrgica começa com a missa do Domingo de Ramos, celebrada no dia 14, quando se recorda a entrada triunfal de Jesus na cidade Santa de Jerusalém. A procissão tem início às 8h30, na igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, até a Capela Santo Antônio, onde acontece a missa.
Na terça-feira, 16, às 19h, acontece a Procissão do Encontro. Um grupo sai da rua Felício Vigorito, próximo ao bairro da Bomba, e outro da Capela Nossa Senhora Aparecida, no bairro Popular. Eles se encontram para a Santa Missa na Capela Santo Antônio.
Ainda dentro da programação da Semana Santa acontece na quarta-feira, 17, às 20h, na Catedral de Santo Antônio, em Piracicaba, a Missa do Crisma, também chamada “Missa dos Santos Óleos”, quando são abençoados os óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e também é confeccionado o óleo do Santo Crisma. A celebração será presidida pelo bispo diocesano Dom Fernando Mason e concelebrada por todos os párocos e demais sacerdotes, além da presença de todos os diáconos permanentes e representantes de todas as comunidades paroquiais. Nessa missa os padres reafirmam o compromisso de servir a Jesus Cristo, com a renovação das promessas sacerdotais pelo clero.
“É chamada a ‘Missa da Unidade’, pois o bispo reúne seu presbitério antes do início da Tríduo Pascal para convidar a cada sacerdote a começar a Páscoa com o coração renovado”, salienta padre Kleber Fernandes Danelon, coordenador diocesano de Pastoral.
A tradicional missa da Ceia do Senhor e Lava Pés será realizada na Capela Santo Antônio, em Rafard, na quinta-feira, 18, às 19h30. Após a missa, acontece o translado do Santíssimo Sacramento até a Matriz Nossa Senhora de Lourdes, onde os fiéis permanecem em vigília e adoração, até as 23h.
Na Sexta-feira Santa, 19, a programação continua na igreja matriz, com vigília e adoração, das 8h às 11h. Às 15h, acontece a celebração da Paixão do Senhor, na Capela Nossa Senhora Aparecida, no bairro Popular. A Procissão do Senhor Morto sai da igreja matriz, às 19h, e vai até a Capela Santo Antônio, onde haverá encenação com os jovens da comunidade.
No Sábado de Aleluia, 20, a comunidade se reúne às 19h30, na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, para a solene Vigília Pascal, com bênção do Fogo Novo, da água e renovação das promessas batismais.
O encerramento acontece no domingo de Páscoa, 21, com três missas. Às 8h, na Capela de Nossa Senhora Aparecida. Em seguida, às 9h30, na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes e, por fim, às 19h, na Capela Santo Antônio.
A programação da Semana Santa em Rafard é presidida pelo pároco, Danilo José Ravanello e pelo o vigário paroquial, Antonio Garcia Peres Neto.
Significados da Semana Santa
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição. Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramental da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
Semana Santa
Em muitas paróquias ocorre a “Procissão do Encontro”. Pela tradição os homens saem, de uma igreja ou local determinado, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e as mulheres saem de outro ponto com a Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, com uma reflexão sobre elas e chama os fiéis à conversão e à penitência.
Quarta-Feira da Semana Santa
Missa dos Santos Óleos – Tradicionalmente esta celebração é realizada na manhã da Quinta-Feira da Semana Santa. Nesta missa são abençoados os santos óleos que serão usados durante todo o ano pelas paróquias. São eles: o do Santo Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Esta celebração conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. Nessa missa os padres reafirmam o compromisso de servir a Jesus Cristo, com a renovação das promessas sacerdotais.
Quinta-Feira da Semana Santa
Missa da Ceia do Senhor – Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na noite da Quinta-feira da Semana Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho. Nesta missa em especial se recorda a instituição do sacerdócio, quando Jesus, na véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, o abençoou, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia. É nesta Santa Missa que se recorda o mandamento novo deixado por Cristo quando se recorda na última Ceia do Senhor, o “rito do Lava-pés”. Um gesto litúrgico realizado durante a celebração, quando quem preside, a exemplo de Jesus, lava os pés dos discípulos, que demonstra Seu amor por cada um e ensina a todos que a humildade e o serviço são o centro de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus, que é a Eucaristia.
Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor
A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.
Sábado Santo e a Vigília das vigílias – O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”, nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.
Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando, na oração e no jejum, sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa. A celebração da Vigília Pascal é marcada por rituais que simbolizam a fé Naquele que venceu a morte.
Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob sua potestade.
Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono ou o padre toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz e Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!” Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.
Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.
Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).
Liturgia Batismal – Na noite de Páscoa é o momento que se tem mais sentido celebrar os sacramentos da iniciação cristã. O sacerdote que preside a celebração, nesta noite, tem a faculdade de conferir também a confirmação do batismo, para fazer visível a unidade dos sacramentos da iniciação. Se houver batismo, deverão chamar os catecúmenos, que serão apresentados pelos padrinhos à Igreja reunida.
Liturgia Eucarística – A Celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascoal. É a Celebração Eucarística mais importante que a do Natal ou outra data da liturgia. O Senhor Ressuscitado nos faz participar de Seu Corpo e de Seu Sangue, como memorial da Sua Páscoa. É o ponto mais importante da celebração.
Domingo da Ressurreição
É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi depositado no sepulcro e ali permaneceu até a manhã da ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados e os anjos testemunharam: “Ele não está aqui! Ressuscitou!” (Lc 24,6). Do hebreu “Peseach”, o termo Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade, da morte para a vida. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança. Ele está vivo na sua Igreja e no coração de toda pessoa de boa vontade (Lc 2,14)