Passada a onda de filiações, os partidos políticos já começam a se movimentar para traçar os rumos da próxima eleição municipal. O PT já vem realizando reuniões, é um partido, embora pequeno em Capivari, um dos mais aguerridos e leais as suas convicções. Tive o prazer de participar, a convite do professor Rogério Alves, de uma reunião do partido em uma tarde de domingo. O PTB realiza reuniões não oficiais praticamente todos os dias no escritório do presidente Vadinho, que foi reeleito no mês passado e pretende realizar uma reunião oficial no final deste mês com sua executiva e diretório. No PTB nada está decidido. A decisão final será em junho do ano que vem. Ninguém sozinho fala pelo partido, o PTB tem por tradição ouvir seus membros e pré-candidatos a vereador. Tudo que for falado agora é mera especulação, o partido vai se decidir em junho do ano que vem. Como de praxe, vai fazer uma reunião final e ouvir os candidatos a prefeito e a vice, além de fazer uma votação entre os membros da executiva, diretório e com os pré-candidatos a vereador e decidir no voto quem o partido vai apoiar. Aqueles – a grande maioria – que tiverem compromisso com o partido e com as ideias ficam, aqueles que preferem as pessoas, boa viagem.
O PTB tem um compromisso de governabilidade com a atual administração em razão do apoio dado pelo vice-prefeito e pelo nobre vereador Nelson Soares na eleição do membro do diretório e representante do partido na Câmara, o vereador Vitor Riccomini, na eleição da presidência do Legislativo.
Na realidade, o PTB tem entre seus membros muitos que preferem continuar apoiando o atual prefeito Luís Campaci, e outros que preferem apoiar outro candidato. Muitos membros não esqueceram e não perdoam o fato de o PMDB, partido do prefeito, na sua maioria ter votado contra o representante do partido na Câmara, Vitor Riccomini, na eleição da presidência do Legislativo. Defendem a ideia de que o PMDB deveria ter se unido para não quebrar o elo da união formada na eleição de 2008. Apenas o vereador Arnaldo Nacarato votou contra a determinação do partido.
Esses membros defendem a ideia de que o voto contrário ao nome do vereador Vitor Riccomini não foi uma atitude isolada dos vereadores, mas uma campanha orquestrada pelo governo para eleger a vereadora Gil, do DEM, que, na época da eleição, não fez parte do grupo. Outra parte defende a permanência no governo em razão do trabalho realizado pelo PR, partido do vice-prefeito, que trabalhou a favor do vereador Vitor. Outro grupo defende que o partido deveria apoiar o atual governo em razão de a administração estar indo bem.
Na verdade, tudo isso faz parte da democracia, cada um tem suas ideias e suas opiniões e o partido deve decidir isso no voto. Na eleição de 2008, quando a união envolvia nove partidos e queria banir a tirania política que existia na cidade, o PTB realizou inúmeras reuniões acaloradas, com bate boca e discussões. Depois de chegar a um veredicto, o partido se uniu e foi defender as cores do PMDB.
Aqueles que participam das reuniões do partido se assustam com as discussões, mas, como dizia Juan Domingo Perón, ex-presidente da Argentina já falecido, quando vários peronistas estão gritando, não é briga, é sinal que estão se multiplicando como gatos. Perón já dizia isso, que os peronistas se multiplicam aos berros como os gatos, quando estão se relacionando para ter cria e se multiplicar. O PTB vai ser assim: vai berrar, brigar, discutir, até perder alguns membros, mas vai seguir junto à determinação do partido.
O que não pode acontecer é a volta das trevas para Capivari, um passado de horror, que a maioria quer esquecer. Atitudes têm que acontecer, Júnior Pacheco é um exemplo vivo de como o amor pela cidade vai além das vontades pessoais.
Vai chegar o momento de refletir e pensar naquilo que é melhor para nossa cidade. Eu, como membro do PTB, tenho minhas ideias. Minha opinião vou colocar em discussão no partido na hora certa. Deixo claro que sou seguidor de ideias, não de homens. Vou seguir a determinação do meu partido, nem que tenha que ficar com o coração apertado. Vou seguir o ideal do PTB.
Vamos discutir, ver aquilo que é bom para a cidade, para o partido, para o bem comum. Vadinho é nosso líder dentro do partido, não existe chefe no PTB, afinal, não somos índios. Ele, como nosso líder, vai expor sua opinião e não necessariamente teremos que seguir. Ele tem, como nós, um voto. E como uma pessoa democrática, Vadinho vai aceitar. Também como a grande maioria vai seguir e respeitar a votação do partido. Por esse motivo não adianta querer fazer pressão no presidente Vadinho, a opinião dele é muito respeitada dentro do PTB, mas não é definitiva. Quem vai escolher o rumo do partido é a votação da executiva, diretório e dos pré-candidatos a vereador.
Afinal, vivemos em uma democracia e tudo que for falado do PTB é pura especulação. A decisão final vai ser em junho de 2012. E ponto final.